Patranhas
Público, 28.Março.2014
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David Marçal |
[...] No dia
17 de Março, a RTP usou sete minutos do Telejornal para fazer
publicidade a um especialista em "medicina popular" que afirma fazer
diagnósticos médicos medindo, aos palmos, a roupa dos pacientes. No dia 18,
concedeu mais sete minutos de tempo de antena a um "endireita" que
diz ter um "dom" que "herdou do pai", que trata "males
dos ossos e dos nervos de uma forma que não tem explicação", mas que terá
demonstrado, com um galo, a validade do seu tratamento em tribunal. No dia 19,
mais seis minutos e 15 segundos no horário mais nobre da televisão pública
foram dedicados a uma cartomante que diz acertar em 90% das vezes. No dia 20,
mais sete minutos e 24 segundos de publicidade a uma fitoterapeuta que afirma
fazer diagnósticos de doenças graves através da leitura da íris, diz tratar o
cancro de uma paciente com uma raiz que "tem a forma do corpo humano"
e conclui dizendo que "a quântica pode determinar a data da morte do ser
humano". No dia 21 de Março, mais sete minutos de horário nobre para
promover um médium que afirma "incorporar" os espíritos "de quem
partiu, geralmente santos". Em cinco dias, a televisão pública usou 41
minutos e 39 segundos doTelejornal para fazer publicidade a
produtos e serviços milagrosos. Isto não é serviço público. Serviço público
seria contribuir para desmistificar estas crenças. [...]
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