quarta-feira, 29 de agosto de 2012

A tese (de doutoramento) do coelho


Era uma vez um coelho...
Esta é uma história que tem uma verosímil moral académica. Conheço-a há muitos anos. A presente versão é uma adaptação livre da que se pode encontrar em vários sites pesquisando "a tese do coelho".


Num lindo dia de Primavera, o coelho saiu da toca com o notebook e pôs-se a trabalhar muito concentrado. Pouco depois, passou por ali uma raposa e viu o coelho tão distraído que chegou a salivar. Intrigada com aquela actividade, aproximou-se curiosa:

Raposa – Olha lá, coelhinho, que estás fazendo?
Coelho – Estou a trabalhar na minha tese de doutoramento.
R – Ah... E qual é o tema da tese?
C – É uma teoria em que se prova que os coelhos são predadores naturais de certos animais como, por exemplo, as raposas.
R – O quê?! Isso é ridículo! Nós é que somos predadores de coelhos!
C – Vem comigo à minha toca que eu mostro-te o acerto da minha tese...
O coelho e a raposa entram na toca. Poucos instantes depois ouvem-se alguns ruídos indecifráveis, alguns poucos grunhidos e depois silêncio. Em seguida o coelho volta sozinho ao exterior e retoma os trabalhos da sua tese como se nada tivesse acontecido.
Meia hora depois passou por ali um lobo. Ao ver o coelhinho, logo pensou ter o seu jantar garantido. No entanto, o lobo também achou curioso ver o coelho a trabalhar tão absorto e resolveu saber do que se tratava:
Lobo – Olá, jovem coelhinho. O que te faz trabalhar tão arduamente?
Coelho – É a minha tese de doutoramento, senhor lobo. É uma teoria que estou a desenvolver há algum tempo e que prova que nós, coelhos, somos grandes predadores naturais de vários animais carnívoros, inclusive lobos.
O lobo não se conteve e deu uma gargalhada com a petulância do coelho.
L – Apetitoso coelhinho, isso é um despropósito! Nós, os lobos, é que somos genuínos predadores naturais dos coelhos. Aliás, chega de conversa...
C – Desculpe, mas se quiser eu posso demonstrar que a tese tem fundamento. O senhor lobo quer acompanhar-me à minha toca?
O lobo e o coelho entram na toca. Alguns instantes depois ouvem-se uivos desesperados, ruídos de mastigação e... silêncio. Mais uma vez o coelho volta sozinho e continua o trabalho de redacção da tese como se nada tivesse acontecido...

Soube-se depois que na toca do coelho havia uma enorme pilha de ossos ensanguentados e peles de raposas e, ao lado desta, outra pilha ainda maior de ossos e peles daquilo que um dia foram lobos. Ao centro das duas pilhas estava um enorme leão, bem alimentado e satisfeito.


Moral da história: Numa tese de doutoramento, não importa se o tema é absurdo ou se a experiência não comprova a teoria… O que é importante é o orientador que se tem!
Moral adicional: Do que se relata aqui (e não é caso único), depreende-se que a presente história é extensível a muitas outras situações, sendo a conclusão similar: O importante é o padrinho que se tem!

domingo, 26 de agosto de 2012

Website científico nacional visto no estrangeiro


Neutron Self-Shielding - Towards Universal Curves 
http://edmartinho.wordpress.com



Visualizações (> 10) entre 25.Fevereiro e 25.Agosto.2012

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Alguns termos pesquisados ultimamente: neutron self-shielding, what is the neutron self-shielding, how to calculate the self-shielding factor for thermal neutrons, neutron self-shielding correction, self-shielding factor, resonance neutrons self-shielding, self-shielded neutron, neutron self-shielding material, neutron self-shielding factor cylinder.

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Como chegou a Twainy até Hélia Correia?

A chegada de Twainy” é um livro recente da celebrada escritora Hélia Correia, com ilustrações de Rachel Caiano, publicado pela Relógio D’Água. Na sua apresentação no Espaço Llansol, Albertina Pena esclareceu que Twainy é uma fada “irrequieta, curiosa e pensadora” e que o livro é destinado a vários leitores e leituras”, o que é estimulante.


Têm perguntado a Hélia Correia: Como surgiu o nome de Twainy?
A explicação foi dada no programa “Ler mais, ler melhor”, da RTP2, e pode ser  ouvida aqui .
A mesma explicação foi retomada numa entrevista que pode ser lida aqui. À pergunta “Como nasceu a Twainy?”, respondeu Hélia Correia:
«A Twainy existiu primeiro como nome, porque um priminho meu, um dos meus meninos – tenho muitos meninos, muitos amiguinhos –, muito pequenino, a primeira vez que veio ver-me, achou que eu era tia, e chamou-me Twainy, que era o nome que ele dava às tias. E eu achei que o nome era muito bonito e fiquei com o nome. Não só a Twainy dele, como pensei: este nome é muito bonito, este nome vai existir de qualquer modo. Depois, numa loja que eu frequento muito e que também tem assim muitas coisas invulgares, encontrei uma bonequinha com asas de tule. Esta bonequinha, com um aspecto muito, enfim, antifeérico, quando a vi pensei, olha aquela é a Twainy
A coincidência surpreendente desta história, de que tomei conhecimento há dois dias, é que o priminho de Hélia Correia (que foi o "padrinho" da Twainy) é o meu neto João Guilherme... aquele a quem recentemente dei instruções de skimming sem nunca ter feito skimming (ver aqui )! Parafraseando o João Carranca, meu ex-colega do Laboratório Nuclear de Sacavém: O mundo não funciona, mas é muito engraçado.

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Skimming… Como sabes isso?!

O meu neto João Guilherme (8 anos) tem vivido sempre junto à praia de Santa Cruz (Torres Vedras). Talvez por isso, começa a verificar-se nele uma atracção por desportos praticados à beira-mar. Ultimamente tem tido lições de surf  e anda entusiasmado com as aulas, porventura estimulado por ter conseguido pôr-se de pé na prancha logo na primeira lição!
Agora ofereceram-lhe uma prancha de skimming. Na primeira vez que fui a casa dele, mostrou-me logo o novo “brinquedo” com os olhos cheios de alegria. E pediu-me para lhe tirar fotografias, para o que foi vestir-se a preceito com uns calções de banho a condizer com as cores da prancha. Fotografei-o em várias posições à sua escolha. O enquadramento não era o melhor… mas era o que havia.

Na sua forma mais simples, o skimming (ou skim surfing) é praticado na maré vazia sobre areia plana coberta por uma fina camada de água deixada pelo rebentamento manso das ondas. Quando as condições são as apropriadas, a prancha é atirada paralelamente à água, o surfista corre atrás da prancha, salta para cima dela e, assim, pode deslizar sobre a água durante algum tempo (segundos).
 Aconteceu que eu estava com o JG quando ele foi pela primeira vez à praia com a prancha. Então pediu-me para o acompanhar até à beira-mar para ensaiar o skim. Fiquei na margem a observá-lo nas suas tentativas para reproduzir aquilo que vira fazer a outros. Verifiquei que, quando o ensaio corria melhor, ele se equilibrava bem, o que era essencial (não me surpreendeu o seu equilíbrio, porque o JG anda de bicicleta e faz skate e patins-em-linha). Apercebi-me, porém, que havia correcções a fazer em relação ao lançamento da prancha para a água, ao timing e à velocidade da corrida para se colocar em cima da prancha, e ao posicionamento dos pés sobre a prancha.
Ao fim de algum tempo de observação e de alguns ensaios falhados, chamei-o. Com ele muito atento, dei-lhe umas quantas indicações básicas sobre os referidos aspectos. Antes de voltar para a água:
- Oh avô, tu já fizeste skimming?
- Não!
- Então como é que sabes essas coisas?!
 - Porque sou físico e percebi como a “coisa” funciona…
Ele aceitou a explicação com naturalidade e avançou para uma nova série de ensaios. Para meu conforto -- e agrado dele! -- o resultado foi satisfatório: os deslizamentos passaram a ser mais frequentes e mais longos.


O João Guilherme ainda tem tudo a aprender nesta modalidade, mas, aconteça o que acontecer, ninguém me tira o prazer de ter mostrado ao meu neto que a Física até serve para melhorar a prática do skimming

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Beleza nos antípodas


Grande Barreira de Corais (Austrália)


Nascente na Grande Barreira de Corais e...


... um poente de sonho.



Fotografias da autoria de
Fernando Ornelas Marques
http://cronicasdealem.blogspot.pt/

sábado, 11 de agosto de 2012

Brincar é bom...

Quando os nossos três netos mais novos (Hugo, João Guilherme e Inês) se juntam cá em casa nos períodos de férias, é certo e sabido que temos brincadeiras com muitos papéis, papéis de muitas cores, canetas, régua, tesoura, cola, telefone… Decerto contagiados pelo que ouvem, eles são banqueiros, empresários, directores, assessores… Utilizam o computador, pedem-me para imprimir notas de euro ou um bilhete de identidade para o Panda... Telefonam para presidentes disto e daquilo, falam em salários de milhões, tomam decisões para fazer face à crise… Enfim, dão largas à imaginação! 

A secretária fica num estado caótico, mas eu gosto de os ver brincar neste velho móvel da Olaio, que outrora foi o local de estudo da Lena, uma das nossas filhas.

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Praia de Santa Cruz - Memórias


O areal da praia Norte continua aprazível pela extensão e limpeza.

Desta vez ficámos alojados num quarto do Mar-Lindo...

... de cujas janelas víamos o penedo do Guincho...

... e uns poentes encantadores!