sexta-feira, 12 de julho de 2013

Favas à moda da Mãe

Uma nossa filha enviou-nos há uns dois meses -- fazia frio na altura -- um SOS via e-mail:
Como o inverno nos assaltou de novo e hoje me deram uma sacada de favas... decidi convocar as amigas para sábado virem comer uma coisinha leve: favas com entrecosto e enchidos! Como já não faço este petisco aí há uns dez anos, a mãe poderá dar-me umas dicas?

Eis a resposta da Mãe (com fotografias e tudo):


Primeiro, convém descascar as favas :) e tirar os “olhinhos”…
Colocar num tacho as favas, cebola picada em quantidade, dois ou três dentes de alho também picados. Juntar o entrecosto cortado à medida e chouriço (sem pele) às rodelas. Se houver outro tipo de enchidos (morcela, farinheira, etc.), juntar só quase no fim da cozedura, por serem mais “frágeis”.
Regar o conjunto com azeite, temperar com sal, pimenta e coentros frescos cortados. Podes deitar um pouco de vinho branco e uma pitada de açúcar louro. Deitar um pouco de água no tacho e pôr ao lume.
Quando começar a ferver, baixar o lume e deixar o todo a cozinhar.
Quanto mais brando for o lume, mais gostoso fica o cozinhado.


É preciso vigiar a cozedura, acrescentar algum tempero ou água, se necessário. Antes de servir, podes juntar mais uns coentros cortados.
Bon appétit!

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Projecto Comenius (EU) no J. de Infância do Vimeiro – Pinturas murais

aqui falámos do projecto europeu Comenius, que tem como tema “O fascinante mundo dos contos de fadas na Europa”. Nele participa o Jardim de Infância do Vimeiro, liderado pela Educadora Helena Martinho.

A primeira realização foi a montagem do Palácio durante as férias de Verão de 2012, em que intervieram a arquitecta Ana Timóteo, seu pai Miguel Timóteo, o Professor Paulo Ramos e várias outras pessoas ligadas à comunidade.


Agora foi decidido pintar os muros do recreio do Jardim com motivos alusivos a contos de fadas. Para isso a Educadora contou com a colaboração inestimável da designer Selma Martins e com a intervenção das crianças e respectivos Pais, transformados em generosos “pintores”... A beleza das pinturas murais é surpreendente. Ora apreciem o trabalho colectivo.

Selma Martins desenhando

Generosos "pintores" pintando...









sábado, 6 de julho de 2013

In Memoriam Professora D. Arlette Mourão Cardoso (Rio de Janeiro, 11.Abr.1921 – Lisboa, 25.Jun.2013)

Arlette Mourão Cardoso foi uma distinta Professora do Ensino Primário Oficial. Dedicou toda uma vida ao Ensino, tendo leccionado várias gerações de alunos, antes de assumir a docência de futuros professores.

Nasceu no Rio de Janeiro – os seus Pais, Emília Mourão Cardoso e Manoel Cardoso, haviam emigrado para o Brasil no primeiro quartel do século passado – mas pouco tempo depois regressou a Portugal com a família, que se fixou na aldeia de Cem-Soldos, perto da cidade de Tomar. Ficou órfã de pai perto do primeiro ano de idade.
Frequentou o Colégio D. Nuno Álvares (Tomar), onde concluiu a Escola Primária e o Ensino Secundário, tendo realizado os respectivos exames nacionais no Liceu Sá da Bandeira (Santarém).
Foi diplomada, em 1942, pelo Júri de Exame de Estado para o magistério primário na Escola do Magistério Primário de Santarém (classificação: 17 valores), e concluiu as disciplinas de Pedagogia, História da Educação e Higiene Escolar, do Curso de Ciências Pedagógicas, na Universidade de Coimbra.
Em 1947 casou com Carlos Artur Gonsalves Mourão, também ele Professor, tendo sido mãe de sete filhos. Apenas com o rendimento do seu trabalho como professores, o casal Mourão conseguiu proporcionar uma educação de nível superior aos seus filhos, que hoje são profissionais altamente qualificados. Da descendência fazem ainda parte dezoito netos e nove bisnetos.
* * *
No passado dia 11 de Abril, a D. Arlette completou 92 anos, tendo sido muitas as felicitações que recebeu pelo seu aniversário. Decidiu então enviar a todos, via email, a seguinte mensagem:

Não se pode agradecer tanto amor e dedicação. Mesmo se eu conseguisse chorar um agradecimento sentido, não compensava a ternura de todos vocês.
Fica este agradecimento para quando eu fechar os olhos e já não puder falar.
Obrigada pelo último beijinho.

Elas hoje querem rimar
Mas eu estou com pouca intenção
de abrir assim a toda a gente
(e principalmente aos netos)
o que vai no meu coração.

Eu não abro mais coisa nenhuma porque tenho medo que saiam os Lusíadas e o Camões fica desgraçado para o resto da vida.
E perante esta loucura moderna dos computadores, eu só quero dizer que tenho muitas saudades das fraldas que punha aos meus filhos e netos. 

Até sempre
Arlette


Nota pessoal
A D. Arlette foi nossa vizinha de prédio durante cerca de 40 anos. Quando nos encontrávamos, tinha sempre um gesto de simpatia, uma palavra de carinho, uma manifestação de alegria de viver. Até ao fim, manteve uma grande lucidez e conservou um enorme sentido de humor (como o prova a mensagem acima). A sua benção, Senhora D. Arlette!
  
Obs. - O presente post foi elaborado com base em informação gentilmente cedida a meu pedido por familiares da homenageada: Isabel Mourão (filha) e Paula Mourão (neta).