sábado, 28 de setembro de 2013

Céu outonal propício à reflexão

sobre a lei dos mandatos autárquicos, a confusão acerca da interpretação desta lei, a decisão do TC, a qualidade dos excelentíssimos dinossauros, a qualidade de toda esta "coisa" (ajuda-me Eça!)... para depois votar em consciência! 


Adenda 
Depois de amanhã acordamos mais perto do inferno
artigo de José Pacheco Pereira publicado hoje no PÚBLICO. 
[…] Por tudo isto, depois de amanhã vamos acordar na antecâmara do Inferno. Pensam que estou a exagerar? Na verdade, nestes dois anos, a realidade tem sido sempre pior do que a minha mais perversa imaginação, porque as coisas são como são, tão simples como isto. E são más. A partir de amanhã, haja convulsão mansa no PSD, ou forte no PS, acabarão por milagre as pontes, túneis e medicamentos gratuitos, que ninguém fará, nem pode fazer, e vai começar o discurso puro e duro da violência social contra quem tem salários minimamente decentes, quem tem emprego no Estado, quem recebe prestações sociais, quem precisa de serviços de saúde, quem quer educar os seus filhos na universidade, quem quer viver uma vida minimamente decente, quem quer suportar uma pequena empresa, quem paga, com todas as dificuldades, a sua renda, o seu empréstimo. […]

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

In Memoriam António Ramos Rosa



Não Posso Adiar o Amor

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração
 

António Ramos Rosa
in "Viagem Através de uma Nebulosa"


António Victor Ramos Rosa (Faro, 17 de Outubro de 1924 - Lisboa, 23 de Setembro de 2013), foi um poeta português, e desenhador. Estudou em Faro, não tendo acabado o ensino secundário por questões de saúde. Em 1958 publica no jornal «A Voz de Loulé» o poema "Os dias, sem matéria". No mesmo ano sai o seu primeiro livro «O Grito Claro», n.º 1 da colecção de poesia «A Palavra», editada em Faro e dirigida pelo seu amigo e também poeta Casimiro de Brito. Ainda nesse ano inicia a publicação da revista «Cadernos do Meio-Dia», que em 1960 encerra a edição por ordem da polícia política. Fez parte do MUD Juvenil.  O seu nome foi dado à Biblioteca Municipal de Faro.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_Ramos_Rosa

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Filosofia de um par de botas


«[…] Deixei-me ficar assim algum tempo, disposto a lançar mão delas, e levá-las para casa com o fim de as estudar, interrogar, e depois escrever uma memória, que remeteria a todas as academias do mundo. Pensava também em as apresentar nos circos de cavalinhos, ou ir vendê-las a Nova Iorque. Depois, abri mão de todos esses projectos. Se elas queriam a paz, uma velhice sossegada, por que motivo iria eu arrancá-las a essa justa paga de uma vida cansada e laboriosa? Tinham servido tanto! Tinham rolado todos os degraus da escala social; chegavam ao último, a praia, a triste Praia de Santa Luzia... Não, velhas botas! Melhor é que fiqueis aí no derradeiro descanso.
Nisto vi chegar um sujeito maltrapilho; era um mendigo. Pediu-me uma esmola; dei-lhe um níquel.
MENDIGO.- Deus lhe pague, meu senhor! (Vendo as botas) Um par de botas! Foi um anjo que as pôs aqui...
EU (ao mendigo).- Mas, espere...
MENDIGO.- Espere o quê? Se lhe digo que estou descalço! (Pegando nas botas) Estão bem boas! Cosendo-se isto aqui, com um barbante...
BOTA DIREITA.- Que é isto, mana? Que é isto? Alguém pega em nós... Eu sinto-me no ar...
BOTA ESQUERDA.- É um mendigo.
BOTA DIREITA.- Um mendigo? Que quererá ele?
BOTA DIREITA (alvoroçada).- Será possível?
BOTA ESQUERDA.- Vaidosa!
BOTA DIREITA.- Ah! mana! esta é a filosofia verdadeira: — Não há bota velha que não encontre um pé cambaio.»

Texto Fonte: Obra Completa de Machado de Assis,Vol. III
Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Publicado originalmente em O Cruzeiro, 23 de Abril de 1878.
http://www.literaturabrasileira.ufsc.br/documentos/?action=download&id=6355

domingo, 22 de setembro de 2013

Saramago > Lucidez > Voto em branco



Num país qualquer, num dia chuvoso, poucos eleitores compareceram para votar, durante a manhã. As autoridades eleitorais, preocupadas, chegaram a supor que haveria uma abstenção gigantesca. À tarde, quase no encerramento da votação, centenas de milhares de eleitores compareceram aos locais de votação. Formaram-se filas quilométricas, e tudo pareceu normal. Mas, para desespero das autoridades eleitorais, houve quase setenta por cento de votos em branco. Uma catástrofe. Evidentemente que as instituições, partidos políticos e autoridades, haviam perdido a credibilidade da população. O voto em branco fora uma manifestação inocente, um desabafo, a indignação pelo descalabro praticado por políticos pertencentes aos partidos da direita, da esquerda e do meio. Políticos de partidos diferentes, mas de actuações iguais, usufruindo de privilégios que afrontavam a população. Os eleitores estavam cansados, revoltados. (…)
In http://pt.wikipedia.org/wiki/Ensaio_sobre_a_Lucidez


Adenda
«O resultado das autárquicas não pode ser lido como uma avaliação das políticas dos partidos a nível nacional mas sim e apenas como uma avaliação da gestão autárquica e da qualidade das propostas feitas pelas organizações locais dos partidos, coligações e movimentos de cidadãos que se apresentam ao escrutínio. Certo? Errado. […] Desta vez, mais do que nunca, o voto autárquico vai ter uma leitura nacional e isso será mais justo do que alguma vez foi. […]»

In artigo “O cordão sanitário
José Vítor Malheiros
PÚBLICO, 24.Setembro.2013

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Princípios...

… de uma Professora no arranque do ano escolar:


Princípio 1 (Domingo, Setembro 15, 2013): 
... do direito a renascer e do direito à mudança
Ver AQUI

Princípio 2 (Quarta-feira, Setembro 18, 2013):
... nunca desviar o olhar, nem deixar de escutar... (a metáfora do golf?)
Ver AQUI

Adenda - Princípio 3 (Sábado, Setembro 21, 2013):
... antes de sermos alunos e professores, somos alunos (ai o Amor!)
Ver AQUI

terça-feira, 17 de setembro de 2013

Discursos “à la carte” (para as eleições autárquicas)

Meu artigo publicado em ALMA NOVA – 
Suplemento de O MIRANTE, 13.Ago.1997


Produzir um discurso não é tarefa fácil. Quem já o fez, ou tentou fazer, sabe que é assim. Preparar uma série de discursos para serem debitados numa campanha eleitoral, por exemplo, é obviamente ainda mais complicado. Acresce que se gasta imenso tempo a confeccionar discursos, as mais das vezes em pura perda. Os reais ou potenciais candidatos às eleições autárquicas que se avizinham devem saber do que se está a falar... Mas não são só esses que poderão beneficiar com a receita de discursos à la carte contida nesta prosa. Se o leitor é, ou pode vir a ser, um candidato a qualquer cargo (autarquia, cooperativa, associação cultural, clube desportivo, etc.) e tem necessidade de “inspiração” em matéria de oralidade, não desista, vá até ao fim. E mais: guarde este escrito, porque poderá ser-lhe de grande utilidade.

Note-se que não estamos a falar de discursos em que o orador queira exprimir ideias claras, em bom português. Não, não é disso que se trata. Convém ter a noção da relatividade das coisas: possuir ideias próprias é um bem escasso, exprimir ideias com clareza é um luxo e expor ideias claras, em bom português, é uma raridade, já não se usa. Em consequência, e porque não se pretende enganar ninguém, fica esclarecido que aquilo de que estamos a tratar é de discursos do tipo “buraco negro”, isto é, discursos enfáticos em que se fala muito sem dizer nada. Reconheça-se que tal tipo de discurso é de extrema conveniência nas situações em que o orador pretenda impressionar o auditório, sem se comprometer, sobretudo sem se comprometer.

Para conseguir os seus intentos, o candidato a orador só tem que se orientar pelo Guia prático de discursos, de autor anónimo, que apresentamos neste artigo. Trata-se de um pequeno conjunto de “frases”, distribuídas por um quadro com quatro colunas e dez linhas, a serem encadeadas com uma certa sequência. O guia permite cerca de 10000 combinações das referidas “frases”, proporcionando um discurso fluido de 40 horas, o que equivale a 80 discursos de meia hora. É obra!

A utilização do guia é muito fácil. Vejamos como se procede. É assim: Começa-se pela primeira linha da Coluna 1 – Minhas senhoras e meus senhores –, que é sempre uma maneira apropriada de iniciar um discurso. Seguidamente, passa-se para uma linha qualquer da Coluna 2, depois para qualquer linha da Coluna 3 e, finalmente, para uma linha qualquer da Coluna 4. Chegado aqui, o candidato a orador só tem que regressar à Coluna 1, e continuar a saltar de coluna em coluna, sem se preocupar com a ordem da linha escolhida. Bate sempre certo.

Exemplificando, para os mais inexperientes nestas lides: Minhas senhoras e meus senhores, a consulta aos numerosos militantes obriga-nos a uma análise das directrizes de desenvolvimento para o futuro. A prática do quotidiano demonstra que o cumprimento das linhas do programa facilita a criação dos modelos de desenvolvimento. Por outro lado, o início da acção geral de formação de atitudes garante a participação de um grupo importante na concretização das novas propostas. Etc. Etc. Como se vê, este é o tipo de discurso que, não servindo para nada, serve para tudo, com a vantagem de poder ter uma dada interpretação e a interpretação exactamente contrária.

É claro que o candidato a orador necessita de adequar o discurso às circunstâncias. Por exemplo, pode não fazer sentido falar de militantes, mas sim de munícipes, conterrâneos, associados, camaradas, etc. Por outro lado, convém dar um toque pessoal ao seu discurso. Fica sempre bem empregar palavras que estejam momentaneamente na moda: postura, vertente, sinergias, contratualização, contexto, problemática, etc. Para a campanha das autárquicas, a palavra regionalização é imprescindível, e se o candidato sugerir a certa altura uma guerrazita Norte-Sul, é bem possível que recolha fartos aplausos. Noutros casos, convém não esquecer a interioridade, a macrocefalia, a ditadura do Terreiro do Paço, etc. Para os candidatos mais distraídos, convém lembrar que as forças de bloqueio já passaram à história. A não ser que o Tribunal Constitucional entre nessas contas...

É duvidoso que seja conveniente introduzir um sinceramente a meio do discurso: é que, em relação às partes restantes, os ouvintes poderão suspeitar da sinceridade do orador. Uma coisa há, todavia, que não é de todo aconselhável: é a utilização da preposição “de” a despropósito. Se o candidato a orador disser eu penso de que, fica logo exposto a dichotes. E não há necessidade.
 
GUIA PRÁTICO DE DISCURSOS


Coluna 1


Coluna 2

Coluna 3

Coluna 4
Minhas senhoras
e meus senhores
o cumprimento das linhas do programa
obriga-nos a uma análise
das condições financeiras e administrativas existentes
Por outro lado
a complexidade dos estu­dos efectuados pelos dirigentes
cumpre um papel fundamental na formação
das directrizes de desen­vol­­vimento para o futuro
Apesar disso
o aumento constante, em qualidade e quantidade, e a extensão da nossa actividade
exige a precisão e a determinação
do sistema de participação geral
No entanto, não nos esqueçamos que
a estrutura actual da organização
ajuda a preparação
e a realização
das atitudes dos membros das organizações para com os seus deveres
De igual modo
o novo modelo de actividade da organização
garante a participação de um grupo importante na concretização
das novas propostas
A prática do quotidiano
demonstra que
o desenvolvimento contínuo das diversas formas de actividade
cumpre deveres importantes na realização
das acções de formação tendentes ao progresso
Não se torna indispensável realçar o peso e o significa­do destes problemas, já que
a nossa constante actividade de informação e propaganda
facilita a criação
dos sistemas de formação de quadros que corres­pon­­dam às necessidades
As experiências
ricas e diversas
o reforço e o desenvolvi­mento das estruturas
impede a apreciação da importância
das condições indispensá­veis ao exercício das actividades programadas
O trabalho de organização, mas sobretudo
a consulta aos numerosos
militantes
oferece uma prova interessante de verificação
dos modelos de desenvolvimento
Os elevados princípios políticos, assim como
o início da acção geral de formação de atitudes
implica o processo de rees­tru­turação e de modernização
das formas de acção

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

domingo, 15 de setembro de 2013

«E agora quem manda aqui?»

Recomenda-se a reportagem do P2 (revista do PÚBLICO) de hoje 
sobre o desaparecimento de juntas de freguesia e suas consequências.


sábado, 14 de setembro de 2013

Saia aí uma “nova cultura política” sff…


«O ministro Poiares Maduro, no estilo bastante arrogante com que faz declarações, diz que quer “uma nova cultura política para Portugal” [...] Poiares Maduro entrou para o Governo para substituir Relvas como ministro da propaganda, portanto a “novidade cultural” que podia trazer seria de imediato incompatível com o cargo e as funções se ele fosse menos ambicioso e se se respeitasse intelectualmente a si próprio, ou seja, se tivesse uma outra “cultura política”. Ele não podia deixar de saber ao que vinha e para que vinha. E sabia-o tão bem que de imediato se colocou na função de repetidor da propaganda governamental naquilo em que ela é mais dolosa, função que tem desempenhado até ao dia de hoje, como circulador de falsos argumentos e de afirmações manipulatórias. O intelecto e a arrogância ajudam, a subserviência acrítica de muita comunicação social faz o resto. [...]

Um intelectual que aceita chamar “requalificação” àquilo que o Governo pretende há muito fazer, despedir funcionários públicos, não merece qualquer respeito, nem que tenha mil doutoramentos. [...]

Mas não vale a pena ir muito mais longe com Poiares Maduro. Este discurso da “realidade” é apenas outra maneira de dizer que ou as coisas se fazem como o Governo quer ou não se podem fazer. Ou se fazem como o Governo quer ou são ilusões irrealistas. Como é que um simples mortal pode discutir com os excelsos intérpretes da “realidade”, que têm consigo a força das leis da física, o peso imenso da natureza e da “realidade”, e as atiram à cara de uns ignorantes que pensam que não é bem assim, que talvez haja outra maneira de fazer as coisas, e que a “realidade” é outra, ou que há várias “realidades” e que a performance dos“realistas” tem sido um desastre, e que podem sempre lembrar que 2014 era o ano dos 2% de défice e agora o Governo está a pedir que lhe autorizem mais do dobro, ou que neste mês de Setembro regressaríamos em pleno aos mercados? 
Alguma coisa falhou na “realidade”, não é verdade?»


In artigo “Saia aí uma ‘nova cultura política’, se faz favor, em que se chame aos despedimentos ‘requalificação’”, de José Pacheco Pereira, saído hoje no PÚBLICO

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Parabéns João Guilherme !

Aqui tinhas apenas 2 aninhos, passeavas às cavalitas da Mãe 
com um carrinho na mão e... as borboletas gostavam de ti! 
Hoje completas 9 anos, entras no 4.º ano de escolaridade, 
praticas skimming e já vais a concertos do Roger Hodgson!


quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Ninguém nos leva ao engano *

Verso da canção “Tourada” (1973)
Letra: José Carlos Ary dos Santos
Música: Fernando Tordo
http://www.youtube.com/watch?v=eMNIGliSArk

Praça de touros do Campo Pequeno, Lisboa (foto tirada hoje)

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

"Impressão digital", de António Gedeão


       Impressão digital

Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
que eu vejo no mundo escolhos
onde outros com outros olhos,
não vêem escolhos nenhuns.

Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
uns outros descobrem cores
do mais formoso matiz.

Nas ruas ou nas estradas
onde passa tanta gente,
uns vêem pedras pisadas,
mas outros, gnomos e fadas
num halo resplandecente.



Inútil seguir vizinhos,
querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.

Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes
.


domingo, 8 de setembro de 2013

Contratos para cumprir e contratos para violar

«(…) A tempestade originada pela decisão do Tribunal Constitucional equipara a “confiança” a um “direito adquirido”, uma expressão que ganhou hoje, na linguagem do poder, a forma de um qualquer vilipêndio. Segundo essa linguagem, repetida por muito pensamento débil na comunicação social, os “direitos adquiridos” não são mais do que privilégios inaceitáveis, que põem em causa a “equidade”. (Se parassem para pensar veriam que não há equidade nenhuma, e meditariam um pouco sobre por que razão se fala de equidade e não de igualdade. Mas essa questão da “equidade” fica para outra altura.) Claro que os “direitos adquiridos” são essencialmente do domínio do trabalho, dos direitos do trabalho e dos trabalhadores, activos e na reforma, e não se aplicam a outros “direitos” que esses são considerados intangíveis na sua essência. Por exemplo, os contratos com as PPP e os swaps, ou a relação credor-devedor, são tudo contratos que implicam a seu modo “direitos adquiridos”, mas que, pelos vistos, não podem ser postos em causa. (…)»


In “Contratos para cumprir e contratos para violar”, 
artigo de José Pacheco Pereira publicado ontem 
no jornal PÚBLICO. Texto completo aqui.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

É isto o bom senso?

TC interpretou a limitação dos mandatos autárquicos numa base territorial: 
os dinossauros podem agora circular livremente de museu em museu!

Clicar para ampliar (o bom senso). 


quinta-feira, 5 de setembro de 2013

Em defesa da cultura científica

Artigo de Carlos Fiolhais 
saído hoje no jornal PÚBLICO.

«Nas últimas três décadas a ciência cresceu em Portugal de uma forma explosiva, em resultado não só da disponibilidade de recursos vindos da União Europeia como da inteligência na alocação de uma parte deles, uma fatia pequena no bolo total, mas que alimentou um sector quase inexistente. Basta olhar para os números da PORDATA de crescimento da parcela do PIB destinada à investigação e desenvolvimento, do pessoal activo nesse domínio  e do número de publicações reconhecidas internacionalmente. Neste sector, a nossa posição no ranking europeu já não é, neste sector, de inominável vergonha como era: estamos agora a meio de uma tabela encabeçada pelos países mais ricos. Tudo isso não teria sido possível se os cidadãos 
não tivessem interiorizado a ideia de que a ciência é necessária e que, sem uma forte aposta na ciência e tecnologia, um país não pode ter sucesso económico. Os meios de comunicação social, os livros de divulgação e os museus e centros de ciência desempenharam para isso um papel fundamental.
Infelizmente, (…)».

Texto completo: aqui.