terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Buracos

Numa das muitas esperas desesperantes em filas compactas de um tráfego sem solução, dei comigo a pensar o que poderia acontecer se se perguntasse a várias pessoas o que lhes sugeria a expressão “Que bu­raco!”.
As respostas poderiam ser como segue:

O invisual: Caí num há dias.
O condutor de táxi: Lá se foi um pneu pró galheiro.
O prudente, bem-falante: Depende do contexto.
O pessimista: Tudo.
A mãe de família: Parece que andam às dentadas às meias.
O consciencioso, envolvido num desfalque: Hei-de tapá-lo.
O sapateiro: Quanto maior, melhor.
O reitor da Universidade: Como é que vamos pagar o subsídio de Natal aos professores?
O humorista: Esta não teve piada.
O pegador de touros: No que eu me meti.
O munícipe: Com estes vereadores, não vamos longe.
O alfarrabista: Malditas traças.
O ecologista: Ozono.
O astrofísico: Negro.
O jovem fogoso: Não me fale nisso.
O militante da Oposição: 200 milhões de contos.
O ministro das Finanças: Orçamento rectificativo.
O poeta popular: Rima com Cavaco.

Compreende-se a diversidade de “opiniões”. Cada um tende a tratar a informação de acordo com a sua perspectiva. No fundo, eu só estava irritado com o trânsito!

Texto publicado no jornal O MIRANTE, 30.Novembro.1991

sábado, 28 de janeiro de 2012

Ciclos do Sol no Brasil


RIO DE JANEIRO





NORDESTE BRASILEIRO






Fernando Ornelas Marques

O geólogo (e meu genro) F.O.Marques, qual vaqueiro do nordeste brasileiro, é o segundo a partir da esquerda.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O meu Bairro – Florista "O Sonho de Arroios"

Não é todos os dias que se compram flores, mas quando se quer assinalar um aniversário ou o regresso a casa de um amigo após internamento hospitalar, precisamos de confiar em quem no-las vende, não vão elas começar a dar sinais de murcho antes ou logo depois de terem sido oferecidas.
É aqui que se vê a vantagem recíproca de quem vende qualidade. Na Rua Alves Torgo temos a sorte de existir a Florista O Sonho de Arroios, que corresponde sempre às nossas expectativas. A simpática Isabel gere a casa (com o seu irmão) há 22 anos, tantos quantos passou em França quando era menina e moça. Por alguma razão, mesmo no tempo de crise que se vive actualmente, o negócio se mantém. Que assim continue…


quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

O meu Bairro – O quiosque de jornais (do Serafim)

Quando saía de casa para o trabalho, a minha primeira paragem era no quiosque dos jornais. Foi assim ao longo de muitos anos. Fui aprendendo a conhecer o Serafim e a merecer-lhe estima, que eu sinceramente retribuía. Homem de bom trato e muito bem-disposto, tinha sempre um dito jocoso a propósito de tudo e de nada: dava remoques sobre os resultados do futebol, comentava o dia-a-dia político, contava a sua anedota… Fazia-nos sorrir, o Serafim. E ajudava-nos a começar bem a jornada.

Um dia, inesperadamente, veio a revelação de que o Serafim tinha problemas pessoais, problemas que escondia e que não conseguiu ultrapassar. E desistiu da vida! Foi um choque no Bairro. Ainda hoje sinto o pesar da sua partida.

Passados vários anos, o quiosque dos jornais (situado na confluência das ruas António Pedro e Alves Torgo, junto à Rua António Pereira Carrilho) voltou a funcionar. Desejo a melhor sorte a quem veio preencher o vazio deixado pelo Serafim.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O Elemento

Bruno tinha quatro anos quando começou, decididamente, a escolher livros técnicos e enciclopédias na hora de ir dormir. Aos cinco, em vez de brinquedos, pedia aos familiares e conhecidos que lhe dessem “máquinas para desmontar”. Sobre coloridas mantas, desmontava pequenos electrodomésticos e criava novas ligações entre os componentes inventando máquinas voadoras, naves, submarinos… brincando assim horas a fio. Hoje, com 19 anos, aluno de Tecnologias e Sistemas de Informação, para ter a possibilidade de produzir um anti-vírus que lhe tinha sido “encomendado” por um professor, resolveu levar por diante um projecto de construção de um computador pessoal com características que não se encontram vulgarmente no mercado. Uma vez definidos os parâmetros do computador, foi necessário identificar os respectivos componentes electrónicos, seleccionar a empresa fornecedora (inglesa) e fazer a encomenda (através da internet). Recepcionados os componentes, seguiu-se a montagem do conjunto, a realização de testes e, finalmente, pôr a máquina a funcionar, o que conseguiu com sucesso.



Serve esta breve história para situar o conceito de “Elemento” descrito no recente livro de Ken Robinson, conceituado especialista em Educação Artística. Define ele o dito conceito como a circunstância “onde se reúnem as coisas que adoramos fazer e as coisas em que somos bons”. Paixão e aptidão reunidas potenciam a realização e satisfação pessoal, condição para a boa evolução das comunidades e instituições. Refere que todos nascemos com capacidades extraordinárias e que é essencial alimentar o talento individual e “criar ambientes – nas nossas escolas, nos nossos locais de trabalho… – onde cada um se sinta inspirado a crescer criativamente”.


As ideias veiculadas por Robinson encontram uma fundamentação clara na teoria das inteligências múltiplas de Howard Gardner, psicólogo cognitivo e educacional norte-americano, ligado à Universidade de Harvard. Este identificou há já mais de 25 anos, as inteligências linguística, lógico-matemática, espacial, musical, cinestésica, interpessoal e intrapessoal (associando-se estas últimas no conceito de inteligência emocional) e, mais recentemente, as inteligências naturalista e existencialista.
Obviamente o conceito de criatividade, que tantas vezes erradamente associamos apenas aos domínios artísticos, está na realidade ligada a qualquer das inteligências acima referidas.
Gardner postula que essas competências intelectuais são relativamente independentes, têm a sua origem e limites genéticos próprios e dispõem de processos cognitivos específicos. Segundo ele, os seres humanos dispõem de graus variados de cada uma das inteligências e maneiras diferentes de as  combinar e organizar para resolver problemas e criar produtos. Gardner ressalta que, embora estas inteligências sejam, até certo ponto, independentes uma das outras, elas raramente funcionam isoladamente. Embora algumas ocupações ponham em relevo uma inteligência, na maioria dos casos ilustram a necessidade de uma combinação de inteligências. Gardner concluia que a educação deveria contemplar de forma equilibrada as diversas inteligências para que todas as crianças pudessem desenvolver as suas capacidades individuais.
A sua teoria sustenta que as inteligências não são objectos que possam ser quantificados, mas sim potenciais que poderão ser ou não activados, dependendo dos valores de uma cultura específica, das oportunidades disponíveis nessa cultura e das decisões pessoais tomadas por indivíduos e/ou suas famílias, seus professores e outros.
É fácil concluir que um bom sistema de ensino deve oferecer diversidade (com qualidade) e que cabe aos educadores/professores identificar precocemente as inteligências específicas de cada aluno, de forma  a trabalhar a sua educação de acordo com as suas necessidades e capacidades.
Ken Robinson refere a importância da qualidade do professor e o papel que este deveria ter como “mentor” da criatividade pessoal (reconhecendo, encorajando, facilitando e exigindo dos seus educandos o máximo naquilo em que são bons). Ironicamente Ken Robinson aponta a Escola como uma das principais causas da perda e estrangulamento da criatividade individual.
Tece duras críticas aos sistemas de ensino público de quase todos os países por serem redutores ao centralizarem os currículos nos domínios formais da matemática, línguas e ciências, colocando na hierarquia, em segundo plano, os estudos humanísticos e em terceiro as artes, sendo que neste domínio se dá maior relevo às artes visuais e à música e sendo característica geral a desvalorização do teatro e da dança.

Referindo-se ao insucesso, ao desinteresse, à falta de inspiração e imaginação dos jovens, refere sem hesitação: “O nosso actual sistema educativo seca-lhes sistematicamente a criatividade”. E acusa ainda: “Existe uma falha básica no modo como alguns governantes interpretam a ideia de regresso ao essencial, que visa melhorar a qualidade da educação (…), parecem considerar que ao alimentarem as nossas crianças com um menu nacional composto de leitura, escrita e aritmética, as tornarão mais competitivas e mais preparadas para o futuro.” Segundo ele, esta opção exclui à partida e destrói a vontade de aprender de uma grande percentagem de jovens.

No livro “O Elemento” nomeia, entre outros, como bom exemplo de prática educativa, a Experiência de Pré-Escolar de Reggio Emilia e é uma boa surpresa encontrar nesta obra a poesia do pedagogo Loris Malaguzzi sobre as 100 linguagens da criança.


Ken Robinson defende ainda que a Educação de que precisamos no séc. XXI não passa por uniformizar mas por personalizar; não passa por promover o pensamento de grupo mas por “cultivar a verdadeira profundidade de qualquer tipo de capacidade humana”.

Para concluir estas reflexões, não resisto a utilizar ainda uma passagem do livro “O Elemento”, que Ken Robinson  refere ser da autoria de Miguel Ângelo: «O maior risco não é que as nossas aspirações sejam demasiado altas e não as consigamos concretizar, mas que sejam demasiado baixas e as alcancemos


Helena Martinho

Texto publicado nos Cadernos de Educação de Infância – N.º 94, Setembro-Dezembro.2011

Referência bibliográfica:
Ken Robinson e Lou Aronica, O Elemento, Porto Editora, 2011

Uma opinião sensata sobre o "nuclear"

Humberto Rosa, ex-secretário de Estado do Ambiente, acaba de assumir a liderança de um dos directorados da Comissão Europeia para as alterações climáticas. Numa passagem da entrevista dada ontem ao jornal PÚBLICO, emitiu a seguinte opinião:
Pergunta – No menu de soluções para o baixo carbono, há lugar para o nuclear?
Resposta – É um facto que há. Os países do mundo desenvolvido que dependem muito do nuclear não podem, mesmo que queiram, desembaraçar-se de repente dele. Portanto, eu vejo a energia nuclear como uma energia de transição. Tanto mais que ela própria não é sustentável, depende de um combustível que não é eterno. Agora, o que Fukushima nos veio mostrar é que a segurança tem de figurar muito alto na agenda de quem pensa nesta opção ou a mantém.

sábado, 21 de janeiro de 2012

Densidade(s)

Não deixo acumular as mensagens no correio eletrónico. Não deixo acumularem-se as novidades do digital, trazidas por amigos e colegas Não deixo adensarem-se as novidades, que eu própria procuro ao preparar as muitas ações que o ano de 2012 trará. Isso significa nunca interromper o fluxo de trabalho digital, nem mesmo nas épocas festivas como a que passou. Verdade seja dita, nos tempos em que era tempo de presentes, tão pouco deixava acumular as obrigações das festas e chegava a dezembro serenamente sem compras para fazer. Talvez seja coisa minha, talvez aguçado instinto de sobrevivência. Sou rápida para poder ser lenta. Sou organizada para poder ter um tempo vazio e desordenado à minha espera. Adio a gratificação para saborear a cobertura doce do bolo no final de cada dia. Adormeço sem insónia com a leveza do dever cumprido.
Gosto de abrir a caixa do correio e não a ver invadida com muitos centímetros de escuro por ler. Lido mal com a densidade das coisas reais e digitais. Falta-me ar se o espaço não tiver uma dose essencial de luz e branco à minha espera. Não sei exatamente como aprendi a lidar com a avassaladora velocidade dos dias e da informação que nos invade dentro deles. Não foi a escola, acho. Ou terá sido? Defendo-me sendo egoísta no meu tempo de rede. Escrevo para os outros, mas começo a conter o desejo de dizer. Bebo menos o que os outros oferecem, mas aprendo a arte de escutar. Seleciono com precisão cirúrgica o que quero. Apago, arrumo, escondo tudo o que não me apetece. Recuso bem mais do que aceito. Aprendo a apreciar o silêncio como a palavra mais importante dos anos que estão para chegar.
O mundo assim intenso e denso parece ter passado a viver em nós em vez de nós nele. Como pode a escola ajudar os alunos a navegar neste universo de tanta(s) densidade(s)? De que forma se pode ensinar a importância do dever sem prescindir da respiração? Que mundo ainda mais intenso nos aguarda? Que desafios nos tentarão engolir, que barcos inventaremos para a aventura tão necessária da evasão?
Do futuro não sei mais do que o que todos sabem: há de ser presente, há de ser passado. A única certeza dos dias é a importância de os sugar sem sermos sugados.
A escola, mais do que nunca, terá de encontrar o equilíbrio certo entre o tempo de que precisa e o tempo que já não há, nem tem. Os cidadãos, que estamos a preparar para um mundo cada vez mais desconhecido, deverão desenvolver a mais preciosa arte de todas: (sobre)viver felizes.

Teresa Martinho Marques
Artigo publicado no Correio da Educação, ASA, Janeiro.2012
(Texto redigido segundo o novo Acordo Ortográfico)

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O meu Bairro -- Barbearia Londres

Quando mudámos de Alverca para Lisboa, em 1972, tinha um “problema” para resolver: Onde vou agora cortar o cabelo? Fiz várias experiências, sem acertar com o que me convinha. Recordo-me que numa das casas que ensaiei – uma barbearia perto da Praça do Chile, que já não existe – me perguntaram se eu queria, depois do corte, fazer uma massagem para revigorar o cabelo. Eu, que não sabia exactamente de que se tratava, anuí. A certa altura vi-me com uma toalha enrolada à cabeça, à espera não sei de quê. Então? perguntei. É necessário aguardar cinco minutos para fazer efeito, disseram-me. Desconfiado, olhei para o espelho e pareceu-me ver um berbere do outro lado… Só em casa me apercebi de que o meu cabelo tinha mudado de cor!

Srs. Monteiro, Ilídio e Jorge (por esta ordem) e D. Graça + frente da Barbearia Londres 
Um dia, a caminho da Pastelaria Mexicana, entrei na Barbearia Londres, situada na Avenida Manuel da Maia (próximo da Praça de Londres). O ambiente agradou-me. Com o passar do tempo fui vendo confirmadas as minhas primeiras impressões: a casa é servida por profissionais muito afáveis e competentes. Não surpreende, pois, que grande parte dos frequentadores sejam clientes antigos, que são cumprimentados calorosamente, mas sempre de forma respeitosa.  

O Sr. Jorge e seu Pai, Sr. Ilídio, proprietário da Barbearia Londres
Sou cliente da Barbearia Londres há quase trinta anos. Certamente por isso, quando perguntei ao Sr. Ilídio, o proprietário, se ele concordava que eu tirasse umas fotografias para o meu blogue pessoal, ele concedeu simpaticamente: Com certeza, esta Casa é sua… e há muitos anos!

Sr. Monteiro e D. Graça
Uma palavra para os restantes membros da equipa. O Sr. Monteiro é o profissional que me corta o cabelo, é aquele de quem posso dizer que é "o meu barbeiro” (o Sr. Monteiro é tão simpático que até tem o cuidado de me mostrar o resultado do seu trabalho com o espelho auxiliar inclinado de modo a que eu não veja o desgaste capilar originado pela idade…). A D. Graça é uma Senhora com um sorriso fascinante que sabe cativar os miúdos (um dia cortou o cabelo ao meu neto Hugo, de férias em Portugal, e no fim apresentou-lhe um frasco com rebuçados coloridos para que ele escolhesse um…). O Sr. Jorge, filho do Sr. Ilídio, é o mais jovem e, atrevo-me a dizê-lo, o mais “intelectual” do grupo (parece-me um assíduo leitor de bons livros, com os quais aproveita os tempos livres).

O Sr. Monteiro em acção... tratando da cabeça de um cliente meio adormecido...


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

A minha laranjeira...

… cresceu comigo. Tinha eu quatro ou cinco anos quando a conheci, na altura em que os meus pais se mudaram para a Rua Santo Antoninho (Chamusca, Ribatejo). Era pouco mais alta do que eu a minha laranjeira. Entretanto cresceu e eu com ela. Com o tempo, as nossas idades foram-se aproximando. Agora somos praticamente contemporâneos. Acompanhou a minha infância, viu-me jovem adolescente e homem feito. Conheceu a Piedade e os nossos filhos. Deu-nos os aromas mais inebriantes e os zumbidos mais cativantes. E continua a prendar-nos com as mais belas, suculentas e doces laranjas-da-baía que alguma vez apreciámos. Tudo sem tratamento, apenas o solo do quintal e a água subterrânea. É uma árvore generosa a minha laranjeira.



Um dia partirei e perderemos o contacto.
Mas ela ficará para conhecer os meus tetranetos…

domingo, 15 de janeiro de 2012

ENERGIA NUCLEAR – BASES, o blogue avança

Energia Nuclear - GLOSSÁRIO
Constituição do átomo
Exemplos de elementos e nuclidos naturais
Carta de nuclidos
Radioactividade e radiações
Alcance das radiações ionizantes
Cisão nuclear
Centrais termoeléctricas
Constituição e funcionamento de uma central nuclear
Barreiras de segurança
Escala INES – International Nuclear Events Scale
Como se faz funcionar um reactor nuclear
Efeitos ambientais de centrais nucleares
Resíduos radioactivos

O dislate da revisão da lei do tabaco

Estudo aponta para a proibição de fumar à porta
de cafés, bares e restaurantes

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Um Fundamentalismo Tão Deprimente
… quanto mais empurrar os fumadores para uma espécie de guetos.

Como não fumador de sempre, acho este tipo de proibicionismo absolutamente disparatado. É verdade que me desagrada comer fumo, mas daí a querer proibir as pessoas de fumarem em todo e qualquer lugar é um rematado disparate. Sendo o alcoolismo um histórico flagelo social em Portugal para quando a proibição de beber à refeição em locais públicos?
E já agora, será permitido fumar, nesse país distópico maravilhoso, à porta de hospitais e escolas?
Paulo Guinote


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(…) O legislador português é como as crianças hiperactivas: não sabe estar parado. E multiplica os disparates.
Um dos dislates anunciados passa pela revisão da lei do tabaco. Eu, que nunca fumei na vida, nunca fui a favor do proibicionismo ou de qualquer controlo excessivo do que as pessoas fazem com a sua saúde. Muitas das normas da lei em vigor até já me pareciam excessivas, mas parece que os fundamentalistas do costume se preparam para as declarar insuficientes. Querem proibir de vez fumar em restaurantes ou cafés, o que é um insulto a todos os proprietários que investiram milhares e milhares de euros para adaptar os seus espaços às regras da lei de 2007. Pior: querem também proibir que se fume à porta desses estabelecimentos, pequeno passo para o desiderato mais geral de proibir que se fume nas ruas e nos jardins (não é ficção, já é lei em algumas cidades norte-americanas). Não há de facto nada pior do que os polícias da saúde alheia. (…)

José Manuel Fernandes
PÚBLICO, 13.Jan.2012

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

O meu Bairro -- Distécnica (material informático)

A Distécnica [http://www.distecnica.pt] é um estabelecimento situado na Avenida Duque d’Ávila, em frente da Rua Alves Redol. À entrada, no vidro da montra, anunciam o que vendem – mobiliário de escritório, computadores e consumíveis. Lá dentro, conversando, percebe-se que se pode adquirir (quase) tudo o que seja equipamento da área de informática.


O Manuel explora a loja desde 1992. Com ele trabalha o Pedro, seu cunhado. Comércio local, negócio familiar… eis o que me convém. Tornei-me cliente da casa desde o princípio, há quase vinte anos, porque sou dado a simpatias e fidelidades, e aprecio o tratamento personalizado e a competência profissional. Na Distécnica encontro tudo isso.


Dir-me-ão: Nas grandes superfícies tens mais escolha e preços mais interessantes.
Talvez, mas não é a mesma coisa… 

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

O meu Bairro -- Restaurante Nova Arcádia

À medida que o tempo passa, o trabalho de confeccionar refeições e de lavar a louça vai-se tornando cada vez menos interessante para a Piedade, se é que alguma vez o foi… Outrora íamos comer fora raramente, mas, de há uns tempos para cá, o que era raro passou a tornar-se um hábito. Umas quatro vezes por semana almoçamos num restaurante do nosso Bairro.


Na Rua Pereira Carrilho há restaurantes para muitos gostos e preços, mas há um onde nos sentimos particularmente bem: é no restaurante Nova Arcádia, do bem-disposto Sr. João e sua esposa D. Lourdes (servido pelos simpáticos Sr. Henrique e Sr. Bruno, empregados “5 estrelas” como diz o primeiro quando quer pôr em relevo a excelência dos pratos do dia).


A casa serve comida tradicional portuguesa, com bons grelhados de peixe e carne, um excelente cozido à portuguesa, um arroz malandrinho de polvo, e outras iguarias. É certamente por boas razões que reencontramos no Nova Arcádia pessoas com quem já nos cruzámos antes, algumas das quais em mesas reservadas com carácter permanente. Quando as pessoas voltam assim, a aposta está ganha.  

Restaurante Nova Arcádia
Rua António Pereira Carrilho, 23B (Arroios) Lisboa