sexta-feira, 21 de junho de 2013

Bem prega frei Tomás…


Em entrevista dada esta manhã à jornalista da Antena-1 Maria Flor Pedroso, o reitor da Universidade de Lisboa António Sampaio da Nóvoa, afirmou a certa altura: «Eu julgo que hoje se começa a perceber na Europa que nós estamos num beco sem saída. Todos hoje reconhecem o falhanço de uma política de austeridade que não está a melhorar nada e não há uma mudança de caminho

Em contraposição, acrescentou: «Nós na Universidade estamos habituados a fazer o contrário: [estamos habituados] a olhar, a avaliar, a corrigir, e não uma espécie de cegueira, seja tecnológica, seja tecnocrática, seja ideológica, em que parece que há uma receita e essa receita se aplica, independentemente dos resultados que ela está a ter

O doutor Sampaio da Nóvoa, que deixará o cargo de reitor num futuro próximo (após tê-lo exercido durante dois mandatos), sabe decerto que há situações lamentáveis na sua Universidade que vão ficar exactamente na mesma como quando entrou em funções.

Salvo melhor opinião, isto é incompatível com a ideia proclamada de que na Universidade estão habituados a olhar, a avaliar, a corrigir… O que acontece precisamente é que as mesmas receitas continuam a ser aplicadas na Universidade de Lisboa, independentemente dos (maus) resultados que estão a ter.

E há perguntas que ocorrem neste âmbito:

1. Por que será que a Universidade de Lisboa continua a não figurar entre as universidades de topo a nível mundial ou europeu, contrariamente até ao que acontece com universidades portuguesas mais novas? Cf. aqui 

2. Por que é que os processos de avaliação do desempenho previstos no Decreto-Lei n.º 205/2009 teimam em não avançar na Universidade de Lisboa, contrariamente ao que se passou noutras universidades portuguesas?

3. Por que não foram alterados procedimentos que têm conduzido a situações em que a Universidade de Lisboa sai desprestigiada, nomeadamente em matéria de concursos para professores catedráticos? Cf. aqui

Bem prega frei Tomás...


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