Em entrevista dada esta manhã à jornalista da Antena-1 Maria Flor Pedroso, o reitor da Universidade de Lisboa António Sampaio da Nóvoa, afirmou a certa altura: «Eu julgo que hoje se começa a perceber na Europa que nós estamos num beco sem saída. Todos hoje reconhecem o falhanço de uma política de austeridade que não está a melhorar nada e não há uma mudança de caminho.»
Em contraposição, acrescentou: «Nós na Universidade estamos habituados a fazer o contrário:
[estamos habituados] a olhar, a avaliar, a corrigir, e não uma
espécie de cegueira, seja tecnológica, seja tecnocrática, seja ideológica, em que parece que há uma receita e essa receita se aplica, independentemente dos resultados que ela
está a ter.»
O doutor Sampaio da Nóvoa, que deixará o cargo de reitor num futuro próximo (após tê-lo exercido durante dois mandatos), sabe decerto que há situações lamentáveis na sua Universidade que vão ficar exactamente na mesma como quando entrou em funções.
Salvo melhor opinião, isto é incompatível com a ideia proclamada de que na Universidade estão habituados a olhar, a avaliar, a corrigir… O que acontece precisamente é que as mesmas receitas continuam a ser aplicadas na Universidade de Lisboa, independentemente dos (maus) resultados que estão a ter.
E há perguntas que ocorrem neste âmbito:
1. Por que será que a
Universidade de Lisboa continua a não figurar entre as universidades de topo a
nível mundial ou europeu, contrariamente até ao que acontece com universidades
portuguesas mais novas? Cf. aqui
2. Por que é que os processos de
avaliação do desempenho previstos no Decreto-Lei n.º 205/2009 teimam em não
avançar na Universidade de Lisboa, contrariamente ao que se passou noutras
universidades portuguesas?
3. Por que não foram alterados procedimentos
que têm conduzido a situações em que a Universidade de Lisboa sai desprestigiada,
nomeadamente em matéria de concursos para professores catedráticos? Cf. aqui
Bem prega frei Tomás...
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