João Miguel
Tavares, PÚBLICO, 08.Abril.2014
Perante esta nova
e súbita paixão de Passos “Que Se Lixem as Eleições” Coelho pelo aumento do
salário mínimo nacional, convinha o Partido Socialista fazer uma adenda ao seu
óptimo vídeo do dia 1 de Abril, onde elencava uma série de promessas feitas
pelo líder do PSD antes das legislativas de 2011, tais como: “é um disparate acabar com o 13.º mês”; “não contarão connosco para mais ataques à classe média
em nome dos problemas externos”; “não olhamos para as classes de rendimentos a
partir dos mil euros dizendo ‘aqui estão os ricos, eles que paguem a crise’”;
“é absolutamente falso querer acabar com a taxa intermédia de IVA para a
restauração”; “não é para fazer mais aumentos de impostos”; “como primeiro-ministro,
recuso-me a cortar salários”; e por aí fora.
Tudo isto Pedro
Passos Coelho prometeu, e tudo isto Pedro Passos Coelho incumpriu. Se lhe
perguntarem porquê, ele dirá o mesmo que todos dizem – que não sabia, que não
estava à espera que o estado das contas públicas fosse tão grave, que não
queria, que ficou muito triste, que teve mesmo de ser, como se a admissão da
ignorância em tempo de campanha eleitoral fosse justificável, como se não fosse
obrigação de um partido com ambições de poder ter a perfeita consciência do
estado em que o país se encontra. [...]
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