António Correia de Campos, Público,
02.Junho.2014
[…] No Sábado, a surpresa: Seguro recusa
discutir a convocação de congresso; tira da cartola a bicefalia, com eleições
primárias para um cargo de futuro incerto, garantidamente gerador de
instabilidade, o de candidato a primeiro-ministro. Sem regulamento que o
suporte, nem calendário que o materialize. Lá fora as pessoas perguntarão: para
quê dois, em vez de um só, designado por sufrágio universal de militantes? Dois
galos no mesmo poleiro cantarão afinados? Por que razão Seguro propõe agora o
que recusou há dois anos? Quem define, aceita, inscreve os simpatizantes
eleitores? Como se previne a chapelada das inscrições a granel? Faltando 14
meses para legislativas, queimar meio ano num processo inovador mas
desconhecido, deixando o governo a apascentar cabras em terreno de cultivo, não
será o passaporte para uma derrota? Responder a uma sociedade civil, que só
deseja Passos e companhia pela borda fora, com procedimentos inexperimentados,
complexos, duvidosos e demorados, não será aumentar o desânimo?
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