Miguel Mota, Público, 19.Junho.2014
Portugal vem há
algumas décadas a cumprir uma lei que não está escrita mas que está a ser
eficientemente cumprida. Essa lei, criminosa num aspecto e vergonhosa por
outro, manda destruir toda a investigação científica pública que não seja das
universidades. É criminosa porque já fez o país perder um valor astronómico,
tanto do ponto de vista científico como económico.
[...]
Por outro lado, a
“lei” é vergonhosa porque revela da parte das universidades (não encontro mais
nenhuma razão) uma inveja e indicação de mediocridade de quem teme a comparação
com as instituições de investigação científica.
A destruição é um
facto e, das instituições que conheço, cito apenas três, que são hoje um
resíduo do que foram: a Estação Agronómica Nacional, em Oeiras, a Estação de Melhoramento
de Plantas, em Elvas, e o Laboratório Nacional de Engenharia Civil, em Lisboa.
Enquanto puderam funcionar, todas deram à economia nacional várias vezes o
dinheiro nelas investido.
A citada lei tem
uma alternativa à destruição: quando possível, rouba-se ao Ministério em que se
encontra a instituição e dá-se a uma universidade. Do que sei, isso já sucedeu
pelo menos com duas instituições*. [...]
* Uma delas foi o "Laboratório Nuclear de Sacavém" que foi "dado" ao Instituto Superior Técnico. Ver AQUI
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