quinta-feira, 29 de maio de 2014

Ir, ou não ir, à luta, eis a questão...

João Miguel Tavares, Público, 29.Maio.2014

[…] No início da noite de ontem, após a reunião dos dois Antónios no Largo do Rato, o PS emitiu um comunicado dizendo apenas que o secretário-geral “registou” a opinião de António Costa. Registou mas, pelos vistos, não assimilou. Perante o desafio de Costa, qualquer líder com dois dedos de testa, um pingo de coragem e módica confiança no seu poder, diria, antes sequer de piscar os olhos: “Vamos à luta.” A sua vitória em congresso legitimar-lhe-ia a liderança e daria novo fôlego para as legislativas. A sua derrota provaria que ele não era, de facto, o líder certo para o PS, e antes o colapso interno em 2014 do que um irremediável estampanço nacional em 2015. Mas o que fizeram até agora Seguro e os seus fiéis? Preferiram refugiar-se nos estatutos, que é a versão política do ir a correr para debaixo das saias da mamã. Lamento dizê-lo: é uma homérica cobardia política. E se o povo detesta este governo e tudo o que aquilo que ele tem feito, detesta muito mais políticos tíbios e amedrontados. […]

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