Santana Castilho, PÚBLICO, 07.Maio.2014
[…] Quando [Passos
Coelho] disse “hoje, em Conselho de Ministros, o Governo decidiu que sairemos
do Programa de Assistência sem recorrer a qualquer programa cautelar”, todos
sabemos que manipulou a verdade. O Governo não decidiu. Decidiram a Alemanha e
a Finlândia e, por elas, a Europa. Quando disse “temos reservas financeiras
para um ano, que nos protegem de qualquer perturbação externa”, omitiu que essa
almofada financeira, de 10 mil milhões de euros, custa 850 milhões de juros por
ano, retirados à educação, à saúde e à protecção dos mais fracos. […]
[…] No próximo
dia 25 de Maio, a Europa vai a votos e com ela as suas políticas de
austeridade. Diga o Governo o que disser, é altura de proceder à higiene mínima
necessária para lidar com a nossa “saída limpa”. Uma “saída limpa” suja por
três anos de voragem, que imolaram os jovens, desempregaram os pais,
perseguiram os avós, reduziram o PIB, aumentaram a pobreza e colocaram o país
dependente de decisões de fora, com uma dívida pública que cresceu em vez de
diminuir.
Sem comentários:
Enviar um comentário