Mário Soares, Público, 30.Maio.2014
O principal das eleições do dia 25 de Maio foi a réplica que partiu do povo
português: a manifesta rejeição que demonstrou contra os partidos da coligação
mas também uma preocupante indiferença face ao partido liderado por António
José Seguro.
Faltou, neste caso, uma corrente de confiança dos eleitores em relação a
uma liderança que, ao longo dos tempos, mal se tem identificado com a própria
identidade do PS. O excesso de fulanização do candidato a primeiro-ministro não
convenceu o eleitorado. O secretário-geral do PS (referência que quase sempre
procura evitar) deve, pois, saber retirar as consequências da falta de adesão
dos eleitores a um estilo nada identificado com o povo. Daí a convicção
tão generalizada que com o partido de Seguro — que a direita e o Presidente da
República e mesmo a troika não desistem de procurar captar — o
povo não pode contar. [...]
Ainda bem que António Costa resolveu disponibilizar-se e que avançou para
se bater pelo PS. Para que o PS seja um partido de esquerda e se bata em favor
do povo contra a direita que o tem oprimido. Foi um acto de grande coragem que
faz esquecer as hesitações do passado.
Felicito-o e apoio-o. Acho que nos vai fazer permitir que o nosso querido
PS, do punho erguido à esquerda e dos socialistas que não têm medo de ser
tratados por camaradas, se mobilize para construir um futuro diferente.
António Costa é uma nova esperança para todo o povo que tem sofrido tanto
com este Governo. E basta isso para que todos nos disponhamos a lutar ao lado
dele. É o que farei. […]
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