Esta fotografia do meu avô Manuel Cardoso foi tirada em 1912 no Brasil para onde ele emigrara. A minha avó Márcia ficara em Famalicão (Anadia) com os dois filhos mais velhos: Maria Emília (minha Mãe) e o meu tio Francisco. Viriam a nascer ainda mais cinco filhos.
Após o regresso do Brasil, a família Cardoso acabou por vir para a Chamusca, julgo que por iniciativa de minha Mãe (que para aqui tinha vindo trabalhar e onde havia casado em 1936). É uma história de que não conheço o essencial.
Não me lembro muito bem do meu avô Manuel porque, quando ele faleceu, eu teria uns dez anos e não tínhamos convivido muito. Ficou-me uma ideia da tristeza do seu olhar, da finura do seu trato e da consideração que tinham por ele (informaram-me mais tarde), porque era uma pessoa educada e cumpridora. Escrevia facilmente e tinha uma caligrafia bonita, aliás como a minha Mãe.
Recordo-me que o meu avô Manuel fumava cigarros enrolados, que acendia com um “isqueiro” em que uma torcida enfiada no interior de um pedaço de cana funcionava como mecha. A lembrança mantém-se porque me fascinava a perícia com que ele acendia a mecha fazendo saltar uma faísca de uma pedra esquinada por fricção das arestas com uma pequena lima de ferro.
Em suma, o que me lembro dos meus avós maternos é apenas um pouco mais do que nada. E tenho pena de ter sido curta para mim a sua “eternidade”... Por isso, aqui fica uma pequena achega para alongá-la junto dos meus netos.
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