Já aqui falámos
da confusão que tem sido o início do ano escolar, em particular no que diz
respeito à colocação de professores. Todavia, temos de voltar ao assunto. É
que, soube-se agora, no Ministério da Educação e Ciência (MEC) há quem não saiba
fazer certas contas, o que não deixa de ser uma ironia dado que o ministro Nuno
Crato é (segundo a Wikipédia) um “conhecido
matemático e estatístico português”.
Não pensem os
leitores que eram contas difíceis de fazer. Não. O que estava em jogo basicamente
era uma simples média entre dois números, valor que se calcula somando os
números e dividindo a soma por dois. Por exemplo, a média entre 12 (doze) e 16
(dezasseis) é 14 (catorze), considerando neste caso duas notas classificativas de
um aluno expressas numa escala de 0 a 20 valores.
É claro que há
um pressuposto neste cálculo: os dois números têm de estar expressos numa mesma
escala. Por exemplo, não podemos achar a média de duas temperaturas estando uma
expressa em graus Celsius e a outra em graus Fahrenheit. Antes de calcular a
média, há que exprimir ambas as temperaturas na mesma escala, seja em graus
Celsius ou em graus Fahrenheit.
Ora, no MEC alguém
achou que se podia somar alhos com bugalhos e dividir por dois! Isto, numa
operação destinada à ordenação de professores na chamada “bolsa de contratação
de escola”, é um perigo para a vida de muita gente... Não é de admirar, portanto,
que uma professora contratada há vários anos em Vila Real tivesse sido colocada
no Algarve, a 600 quilómetros de casa e da sua família!
O ministro
Nuno Crato, depois de alertado por diversas vias, veio à última hora reconhecer
o erro dos serviços do MEC perante a Assembleia da República (5.ª feira, dia 18
de Setembro): "Peço desculpa aos
professores, aos pais e ao país." Só lhe fica bem esta atitude de
humildade, mas melhor seria que fosse mais longe.
Em resultado
desta situação, Mário Agostinho Alves Pereira, director-geral da Administração
Escolar (DGAE), assumiu a responsabilidade pela aplicação errada da fórmula que afectou largas
centenas de professores. Em consequência, apresentou o
pedido de demissão, que foi aceite.
Mas, há sempre um “mas”, segundo um despacho do MEC publicado
no mesmo dia, foram subdelegadas competências da DGAE na Prof.ª Dr.ª Luísa
Loura, exactamente a pessoa que protagonizou há dias a hilariante cena da “pen”
que não estaria metida no sítio certo do computador… O chamado “princípio de
Peter” aplicado à administração sugere que, “num sistema hierárquico, todo o funcionário tende a ser promovido até
ao seu nível de incompetência”. Teremos o princípio de Peter a funcionar no
MEC?
Olá Eduardo! Não se deixe enganar pela primeira frase da Wikipédia. É só para impressionar! Ele é um economista de base, e por isso é que está no Governo. Para fazer economia onde não devia, ou seja na Educação. Abraço!
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