Minha carta publicada na revista Quero Saber (número 10, Junho.2011):
«Pessoa amiga ofereceu-me o número 8 da Quero Saber, revista que eu não conhecia, porque trazia uma entrevista com o Prof. Carlos Fiolhais, cientista por quem nutro grande consideração e simpatia pessoal.
Folheando a revista, achei-a muito atraente e fiquei bem impressionado com o facto de dispor de um Conselho Científico. Em contrapartida pareceu-me estranho que os artigos não fossem/sejam assinados. Oficial de um dado ofício, fui ler em primeiro lugar o artigo “Radiação nuclear”. E aqui, devo dizer-vos, fiquei desiludido, porque o artigo tem imprecisões e erros, de que cito três exemplos.
1. É dito, a dado passo,que “a intensidade da radiação depende da sua posição no espectro electromagnético”. Além de que nem toda a radiação é electromagnética, a posição no espectro tem a ver com a energia (comprimento de onda ou frequência) e não com a intensidade.
2. Um pouco mais abaixo, fala-se de “radiação” que “alimenta reatores nucleares”. Que se entende por “alimentar”? E de que radiação se trata? Radiação ionizante (como se diz)? E os neutrões não têm nada a ver com essa “alimentação”?
3. Mais adiante: “Se um átomo tiver demasiados protões, por exemplo, emite uma partícula alfa com dois protões e dois neutrões”. Um átomo pode emitir uma partícula alfa se tiver demasiados nucleões, e não demasiados protões. Se tiver demasiados protões, a radiação emitida é outra…
Estas observações são feitas com espírito construtivo, tendo por objectivo que a revista possa “produzir uma edição melhor para os (…) leitores”, como é vosso propósito.»
«Pessoa amiga ofereceu-me o número 8 da Quero Saber, revista que eu não conhecia, porque trazia uma entrevista com o Prof. Carlos Fiolhais, cientista por quem nutro grande consideração e simpatia pessoal.
Folheando a revista, achei-a muito atraente e fiquei bem impressionado com o facto de dispor de um Conselho Científico. Em contrapartida pareceu-me estranho que os artigos não fossem/sejam assinados. Oficial de um dado ofício, fui ler em primeiro lugar o artigo “Radiação nuclear”. E aqui, devo dizer-vos, fiquei desiludido, porque o artigo tem imprecisões e erros, de que cito três exemplos.
1. É dito, a dado passo,que “a intensidade da radiação depende da sua posição no espectro electromagnético”. Além de que nem toda a radiação é electromagnética, a posição no espectro tem a ver com a energia (comprimento de onda ou frequência) e não com a intensidade.
2. Um pouco mais abaixo, fala-se de “radiação” que “alimenta reatores nucleares”. Que se entende por “alimentar”? E de que radiação se trata? Radiação ionizante (como se diz)? E os neutrões não têm nada a ver com essa “alimentação”?
3. Mais adiante: “Se um átomo tiver demasiados protões, por exemplo, emite uma partícula alfa com dois protões e dois neutrões”. Um átomo pode emitir uma partícula alfa se tiver demasiados nucleões, e não demasiados protões. Se tiver demasiados protões, a radiação emitida é outra…
Estas observações são feitas com espírito construtivo, tendo por objectivo que a revista possa “produzir uma edição melhor para os (…) leitores”, como é vosso propósito.»
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