segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

In memoriam Maria Helena Pires de Matos

«Primeira intérprete portuguesa a reunir distinções internacionais, na área da música clássica, como o Choque Musique e o Diapason d`Or, Maria Helena Pires de Matos [1938-2011] tinha no canto gregoriano a missão de uma vida, tanto ao nível da investigação, como da divulgação, tendo fundado o Coro Gregoriano de Lisboa, em 1989, com alunos, antigos alunos e professores do Instituto Gregoriano e da Escola Superior de Música de Lisboa.

Licenciada em Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico, com o curso superior de piano do Conservatório Nacional, que terminou em 1963, foi professora coordenadora da Escola Superior de Música de Lisboa, onde presidiu o conselho científico e assumiu a responsabilidade da cadeira de Canto Gregoriano até ao final de 2008.

Foi ainda membro da Comissão Instaladora do Instituto Gregoriano de Lisboa, entre 1978 e 2000, tendo ainda leccionado a disciplina de Canto Gregoriano da Licenciatura em Música na Escola de Artes da Universidade Católica do Porto de 2000 a 2003.

Ao nível da investigação destaca-se, em particular, o trabalho em paleografia musical e história da liturgia.

A morte de Maria Helena Pires de Matos [10.Dezembro] coincide com a edição do último disco do Coro Gregoriano de Lisboa, por si dirigido, "Os Apóstolos", que integra obras recolhidas pela própria musicóloga, em códices dos séculos XI a XIII.

Sob a direcção de Maria Helena Pires de Matos, o Coro Gregoriano de Lisboa foi distinguido pelo álbum "Liturgia de Santo António" (1993), com o Prémio "Choc" do Le Monde de la Musique, e por "Missa pela Paz" (1997), com um Diapasão de Ouro (Diapason d`Or), tendo as suas edições em disco, que incluem ainda "Missa pela Chuva" e "Liturgias de santos europeus do primeiro milénio", integrado escolhas discográficas de referência dos guias Penguin e Gramophone.»


Maria Helena Pires de Matos era esposa de António Pires de Matos, meu amigo e colega de muitos anos no Laboratório Nuclear de Sacavém.
Para ti, António, aqui fica o meu testemunho de profunda solidariedade e um fraternal abraço.

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