quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Dia do Professor... um testemunho



[...] Hoje em dia, as reformas sucedem-se sem tempo para parar, respirar, avaliar. Sem tempo para pensar e acordar tempos mais longos e sérios de vigência e ciclos de experimentação e avaliação. Ciclicamente apaga-se a roda, inventa-se a roda, apaga-se o fogo, redescobre-se o fogo, burilam-se as palavras e por vezes, muitas vezes, demasiadas vezes, faz-se maquilhagem do que já se experimentou mais do que uma vez. É legítima a desconfiança, o receio de ser apenas mais uma, porque dá trabalho andar o tempo todo a mudar papéis, nomes, siglas, conceitos. Coisas curtas no tempo de curtas ou médias legislaturas, para a seguir se instalar outra coisa qualquer, ou a mesma coisa disfarçada de outra coisa. A diferença é que agora temos mais alunos por turma, crianças diferentes e mais necessitadas de atenção, mais turmas, mais apoios, mais reuniões, mais tempo na escola, mais papéis, menos tempo para repensar práticas, para ler, discutir, planear. E já nem os computadores se aguentam. Os equipamentos de 2009 estão cansados e este está a ser um ano estranho, em que muito falha no digital/internet. Quando nos queixamos ouvimos uma explicação (será possível?) "que no ministério houve migração de qualquer coisa - servidores?- para qualquer lado, com prioridade de sinal para serviços administrativos e isso e coisa e tal". Vou acreditar que não é assim. E se é, não compreendo. Mas os alunos já se riem quando tento, em mais do que uma sala, fazer algo. Dizem-me compreensivos: professora, faça à antiga! [...]
 




Teresa Martinho Marques
http://tempodeteia.blogspot.pt/2017/09/se-e-faz-como-eu-te-digo.html

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