quinta-feira, 31 de março de 2016
quarta-feira, 30 de março de 2016
O telemóvel na Escola, um problema (in)solúvel?
[...] Quando questiono os alunos
sobre a dependência dos seus telemóveis, respondem-me invariavelmente: “o
telemóvel é a minha vida”. [...]
* * *
Os múltiplos problemas que surgem nas
escolas pela utilização abusiva de telemóveis por parte dos alunos, faz lembrar
a história de o-sapo-e-a-água-quente. É uma metáfora que retrata o que está a acontecer nas nossas vidas a cada dia que passa: as
mudanças vão sucedendo de forma tão lenta que não nos apercebemos bem delas... e
quando nos damos conta... é tarde!
terça-feira, 29 de março de 2016
Desconfiai sempre !
“ATENÇÃO: O seu
gestor de conta é um funcionário do banco X que tem como únicos fins maximizar
o lucro do banco X e atingir os objectivos individuais que o banco lhe impõe em
termos de produtos vendidos. Se o seu gestor de conta lhe disser que todos os
conselhos que lhe dá visam exclusivamente aumentar os seus rendimentos e a sua
segurança financeira, não acredite”.
segunda-feira, 28 de março de 2016
domingo, 27 de março de 2016
"Sonho com Asas" (Kalandraka)... quase a voar!
O álbum “Sonho com Asas”, de Teresa Martinho Marques (texto) e Fátima Afonso (ilustração), foi
finalista do VII concurso internacional de Santiago de Compostela [entre 255 trabalhos
de 21 países]. A notícia agora é que o álbum será publicado brevemente (em duas versões, uma em Português e a outra em Espanhol)!
sábado, 26 de março de 2016
Em "tempo de recordar"... recordação de há 52 anos
Os nossos filhos Lena, Teresa e Paulo Miguel (por esta ordem nas fotos) em Julho de 1964, quando vivíamos em Alverca. A Isabel só viria a nascer em Abril de 1967.
sexta-feira, 25 de março de 2016
Pourquoi?
A minha filha Maria Helena enviou-me esta bela foto de Alexandre Jesus tirada no "dia seguinte" ao dos ataques terroristas no coração da Europa.
Conheci o Alexandre nos anos 1980, era ele um jovem. Não esqueço também o seu Pai, que
foi o principal responsável pela ida da minha filha Isabel, em 1987, para a Université Libre de Bruxelles. E por Bruxelas continua a Isabel, agora no serviço de Federica Mogherini.
As voltas que o mundo dá...
As voltas que o mundo dá...
Embaixador Duarte de Jesus |
quinta-feira, 24 de março de 2016
As lágrimas de Mogherini por "Bruxelas"
Teresa de Sousa (Público, 23.Mar.2016)
[...] O que nos conforta é
que há ainda gestos humanos que valem por mil palavras. Têm mais força as
lágrimas incontidas de Federica Mogherini, a chefe da diplomacia europeia, e o
abraço espontâneo que trocou com o seu homólogo da Jordânia, em Amã, provando
que ainda é possível acreditar numa humanidade comum.quarta-feira, 23 de março de 2016
Até quando a barbárie?
Enquanto se financiar sem
limites,
o terrorismo continuará a matar.
É preciso secar-lhe as raízes.
terça-feira, 22 de março de 2016
segunda-feira, 21 de março de 2016
No Dia Mundial da Poesia - Fernando Pessoa: «Minha pátria é a língua portuguesa.»
Gosto de dizer. Direi melhor: gosto de palavrar. As
palavras são para mim corpos tocáveis, sereias visíveis, sensualidades
incorporadas. Talvez porque a sensualidade real não tem para mim interesse de
nenhuma espécie - nem sequer mental ou de sonho -, transmudou-se-me o desejo
para aquilo que em mim cria ritmos verbais, ou os escuta de outros. Estremeço
se dizem bem. Tal página de Fialho, tal página de Chateaubriand, fazem formigar
toda a minha vida em todas as veias, fazem-me raivar tremulamente quieto de um
prazer inatingível que estou tendo. Tal página, até, de Vieira, na sua fria
perfeição de engenharia sintáctica, me faz tremer como um ramo ao vento, num
delírio passivo de coisa movida.
Como todos os grandes apaixonados, gosto da delícia da
perda de mim, em que o gozo da entrega se sofre inteiramente. E, assim, muitas
vezes, escrevo sem querer pensar, num devaneio externo, deixando que as
palavras me façam festas, criança menina ao colo delas. São frases sem sentido,
decorrendo mórbidas, numa fluidez de água sentida, esquecer-se de ribeiro em
que as ondas se misturam e indefinem, tornando-se sempre outras, sucedendo a si
mesmas. Assim as ideias, as imagens, trémulas de expressão, passam por mim em
cortejos sonoros de sedas esbatidas, onde um luar de ideia bruxuleia, malhado e
confuso.
Não choro por nada que a vida traga ou leve. Há porém
páginas de prosa que me têm feito chorar. Lembro-me, como do que estou vendo,
da noite em que, ainda criança, li pela primeira vez numa selecta o passo
célebre de Vieira sobre o rei Salomão. «Fabricou Salomão um palácio...» E fui
lendo, até ao fim, trémulo, confuso: depois rompi em lágrimas, felizes, como
nenhuma felicidade real me fará chorar, como nenhuma tristeza da vida me fará
imitar. Aquele movimento hierático da nossa clara língua majestosa, aquele
exprimir das ideias nas palavras inevitáveis, correr de água porque há declive,
aquele assombro vocálico em que os sons são cores ideais - tudo isso me toldou
de instinto como uma grande emoção política. E, disse, chorei: hoje,
relembrando, ainda choro. Não é - não - a saudade da infância de que não tenho
saudades: é a saudade da emoção daquele momento, a mágoa de não poder já ler
pela primeira vez aquela grande certeza sinfónica.
Não tenho sentimento nenhum político ou social. Tenho,
porém, num sentido, um alto sentimento patriótico. Minha pátria é a língua
portuguesa. Nada me pesaria que invadissem ou tomassem Portugal, desde que não
me incomodassem pessoalmente. Mas odeio, com ódio verdadeiro, com o único ódio
que sinto, não quem escreve mal português, não quem não sabe sintaxe, não quem
escreve em ortografia simplificada, mas a página mal escrita, como pessoa
própria, a sintaxe errada, como gente em que se bata, a ortografia sem ípsilon,
como o escarro directo que me enoja independentemente de quem o cuspisse.
Sim, porque a ortografia também é gente. A palavra é
completa vista e ouvida. E a gala da transliteração greco-romana veste-ma do
seu vero manto régio, pelo qual é senhora e rainha.
Fernando Pessoa (Bernardo Soares)
domingo, 20 de março de 2016
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