Editorial do PÚBLICO
[...] Nesta luta de bandeiras, o BE quis na sua convenção
hastear mais alto a bandeira da luta contra as sanções de Bruxelas, mas
Catarina Martins exagerou ao colocar em cima da mesa a possibilidade de um
referendo em Portugal caso a Comissão Europeia concretize as ameaças de aplicar
sanções a Portugal e a Espanha. O BE tenta dar um salto talvez maior do que a
perna, mas sabe que tem uma rede de segurança: após o “Brexit”, a probabilidade
de Portugal ou Espanha serem alvo de sanções baixou substancialmente, o que
permite ao BE aparecer como grande opositor das sanções sem correr riscos
excessivos. Mas ao colocar de forma extemporânea e quase leviana a palavra
“referendo” à permanência da União Europeia na agenda nacional, o BE arrisca-se
a ficar isolado e a perder não só capital político, como a destruir a tal
imagem de “força mais forte do Governo de Portugal” que quer construir.
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