João Miguel Tavares (Público)
José Sócrates foi eleito primeiro-ministro em Março de 2005. Três meses e meio depois (Agosto de 2005) correu com o anterior presidente da Caixa Geral Depósitos, que não chegou a aquecer o lugar (Vítor Martins, 10 meses no cargo), e nomeou Armando Vara administrador, com a responsabilidade de gerir as participações financeiras da CGD em várias empresas estratégicas. Sete meses depois, a comunicação social anunciava que os seus poderes haviam sido “reforçados”. [...]
Vara permaneceu três anos
como administrador da Caixa Geral de Depósitos, até sair em 2008 para a
vice-presidência do Millenium BCP, com o dobro do salário, o sucesso que se
conhece e um pedido de licença sem vencimento para poder continuar nos quadros
da Caixa. Ainda em representação da CGD, Vara foi administrador não-executivo
da PT, desempenhando um papel decisivo na oposição à OPA da Sonae em 2006,
devido aos poderes mágicos da golden share. Justiça lhe seja feita: não
se pode dizer que a CGD tenha sido um tacho para Armando Vara. Foi muito pior
do que isso: a Caixa transformou-se num imenso caldeirão onde os mais variados
interesses se foram servir, cabendo a Vara decidir quem enchia a gamela. [...]
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