Maria João Lopes (texto), Rui Gaudêncio (fotos)
PÚBLICO, 12.Jun.2016
A notícia referida acima diz respeito a uma manisfestação que teve lugar ontem em Cáceres em que participaram portugueses e espanhóis pedindo o encerramento da central nuclear de Almaraz.
É compreensível a
preocupação das pessoas que se manifestaram, que vem na sequência de uma “tradição” de temores antigos. Aliás, no painel em que se destaca Catarina Martins, do Bloco de Esquerda, sobressai
logo um desenho de "aflição" baseado no quadro “O Grito” de Edvard Munch, datada de
1893, que representa no original uma profunda angústia e desespero existencial (que não tem nada a ver com o “nuclear”, que só apareceu mais tarde).
O título da notícia tem o
toque de demagogia que também costuma aparecer nestas ocasiões: “Rosa não quer os filhos num mundo com
energia nuclear”. É necessário que alguém diga à Rosa que o mundo em que vivemos é radioactivo, que ela e os próprios
filhos são radioactivos, emitem radiações pelo simples facto de terem potássio no seu organismo
(no corpo de uma pessoa com 70 quilogramas ocorrem uns 4 a 5 milhares de
desintegrações por segundo!). Como as radiações provêm de transformações
nucleares, que são manifestações de energia nuclear, é preciso que alguém diga à Rosa que o seu desejo não pode ser
satisfeito.É preciso ter cuidado com os argumentos que se invocam quando se pede o encerramento da central de Almaraz, que, atenção, é apenas uma entre as várias dezenas que existem na Europa. Mas isto fica para depois, se se justificar. Por agora, expliquem à Rosa aquilo que não pode ser ignorado.
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