A épica viagem iniciou-se em Lisboa, às 7:00h (hora GMT) de 30 de março de 1922, empregando um hidroavião monomotor Fairey F III-D MkII, especialmente concebido para a viagem, equipado com motor Rolls-Royce e batizado Lusitânia. Sacadura Cabral exercia as funções de piloto e Gago Coutinho as de navegador. Este último havia criado, e empregaria durante a viagem, um horizonte artificial adaptado a um sextante, a fim de medir a altura dos astros, invenção que revolucionou a navegação aérea à época. [...]
Reconduzidos a Fernando de
Noronha, aguardaram até 5 de junho, quando lhes foi enviado um novo Fairey F
III-D (o n.° 17), batizado pela esposa do então Presidente do Brasil, Epitácio
Pessoa (1919-1922), como Santa Cruz. Transportado de Portugal pelo navio
Carvalho Araújo foi posto na água do Arquipélago de São Pedro e São Paulo,
tendo levantado voo rumo a Recife, fazendo escalas em Salvador, Porto Seguro,
Vitória e dali para o Rio de Janeiro, então Capital Federal, onde, a 17 de junho de 1922 amarou em frente à
Ilha das Enxadas, nas águas da baía de Guanabara.
Aclamados entusiasticamente
como heróis em todas as cidades brasileiras onde amerisaram, os aeronautas
haviam concluído com êxito não apenas a primeira travessia do Atlântico Sul,
mas pela primeira vez na História da Aviação, tinha-se viajado sobre o Oceano
Atlântico apenas com o auxílio da navegação astronômica a partir do aeroplano.
Embora a viagem tenha
consumido setenta e nove dias, o tempo de voo foi de apenas sessenta e duas
horas e vinte e seis minutos, tendo percorrido um total de 8.383 quilômetros. A
viagem serviu de inspiração para os raides posteriores de Sarmento de Beires,
João Ribeiro de Barros e de Charles Lindbergh, todas em 1927. Ver AQUI
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