Um facto que me chocou constatar foi o modo degradado
como crianças tão novas encaram a realidade e diferenças corporais. Fazem
grandes exclamações ao ver uma criança semidespida, apontam, envergonham-se
umas às outras. Têm reacções negativas face a fotografias de revistas ou
imagens de livros com pessoas menos vestidas ou mesmo nuas. Escondem, rasgam,
deitam fora. Tentei pela conversa brincar com tal reacção e tornar natural o
que para eles está já corrompido. Através de jogos ou de modelagem e outras
actividades plásticas tornou-se usual expressar o corpo ou partes dele e
conversar sobre isso e sobre as diferenças dos sexos. Deixo-os à vontade,
permito espaços de isolamento. Brincam com o vestir e despir, o trocar de
roupa. Descobrem as diferenças de modo mais saudável e aprendem a respeitá-las.
É preciso perder a vergonha de uma coisa tão simples como é o corpo. É
preciso descobrir a beleza da diferença.
Sem comentários:
Enviar um comentário