1. No blogue Tantas Páginas, perguntaram a Paulo Franchetti (crítico literário, escritor e professor universitário brasileiro) o que achava do Acordo Ortográfico. Início da resposta: O acordo ortográfico é um aleijão. Linguisticamente malfeito, politicamente mal pensado, socialmente mal justificado e finalmente mal implementado.
2. A propósito, vale a pena ler AQUI o editorial do Jornal de Angola intitulado Património em risco. Termina assim: O português falado em Angola tem características específicas e varia de província para província. Tem uma beleza única e uma riqueza inestimável para os angolanos mas também para todos os falantes. Tal como o português que é falado no Alentejo, em Salvador da Baía ou em Inhambane tem características únicas. Todos devemos preservar essas diferenças e dá-las a conhecer no espaço da CPLP. A escrita é “contaminada” pela linguagem coloquial, mas as regras gramaticais, não. Se o étimo latino impõe uma grafia, não é aceitável que através de um qualquer acordo ela seja simplesmente ignorada. Nada o justifica. Se queremos que o português seja uma língua de trabalho na ONU, devemos, antes do mais, respeitar a sua matriz e não pô-la a reboque do difícil comércio das palavras.
3. Há quem julgue, e bem, que a questão levantada pelo Acordo Ortográfico está muito para além da grafia, das consoantes mudas, do “comércio das palavras”... É uma questão política. E a pergunta é: Com que legitimidade se outorga o poder político o direito de interferir na evolução de uma língua?!
Foto via Google: viasdefact.blogspot.com
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