1. No passado dia
3 de Dezembro, publiquei um post de
homenagem ao Doutor J.L. Nunes Petisca – ilustre chamusquense que foi um insigne
Patologista, fundador de uma autêntica Escola Portuguesa de Anátomo-Histopatologia
Veterinária – que tive a privilégio de conhecer (ver aqui).
2. Dois dias
depois, enviei um e-mail ao filho mais velho, José Joaquim Nunes Petisca – que
não conheço pessoalmente e cujas coordenadas obtive através de pessoa amiga
residente na Chamusca –, dando-lhe conhecimento de que o post havia sido
colocado no blogue. A ideia era simplesmente informar os familiares do doutor
Nunes Petisca, certo de que gostariam de saber. Soube depois que, por qualquer
razão desconhecida, o e-mail não chegou ao destino.
3. A 19 de Janeiro
verifiquei (através do sitemeter) que
alguém residente em Rhode Island (E.U. América) tinha estado no meu blogue durante
alguns minutos e lera o dito post. Achei
o facto curioso e surpreendente...
4. No dia seguinte
recebo uma mensagem do filho do doutor Nunes Petisca com a “chave” do enigma. O
conteúdo do e-mail era mais ou menos assim: Desde
o seu telefonema acerca do meu pai, em que me informou que iria publicar um
artigo no seu blogue, nunca cheguei a receber qualquer informação. A minha
filha, que se encontra nos EUA a trabalhar, enviou-me ontem o endereço do post
que tinha encontrado por acaso numa pesquisa que fez.
5. Foi assim que
tive conhecimento da existência de Maria João Petisca, neta do doutor Nunes
Petisca!
6. A Maria João dos
Santos Nunes Petisca é uma distinta especialista em conservação e restauro. Do seu curriculum vitae consta o seguinte:
• Em 2009 concluiu
o Mestrado em Artes Decorativas da Universidade Católica Portuguesa com o tema
de dissertação “A laca de Cantão: um
estudo sobre biombos chineses de exportação nos séculos XVIII e XIX”. Antes,
em 2001, concluíra a Licenciatura Bietápica em Conservação e Restauro, variante
Tecnologia, pela Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico de
Tomar.
• Participou
no 9th International Course on Conservation of Japanese Lacquer, organizado
pelo ICCROM e pelo Tokyo National Research Institute of Cultural Properties, em
Setembro de 2009.
Foi bolseira
de investigação na Phillips Library do Peabody Essex Museum, em Salem,
Massachussets (E.U. América), em Setembro de 2008, com o objectivo de
preparação da dissertação para o Mestrado de Artes Decorativas.
• Desde 2011
até ao presente é Assistant Conservator na Preservation Society of Newport County
no projecto de conservação de painéis chineses lacados que decoram a Breaksfast
Room na mansão Elms em Newport, Rhode Island. O trabalho consiste no estudo e
tratamento de quatro painéis em laca oriental e três que combinam laca oriental
e técnicas de imitação ocidentais.
Entre 2009
e 2011 foi bolseira da Fundação para a Ciência e Tecnologia, a desenvolver um projecto
de investigação sobre lacas chinesas de exportação, na secção de mobiliário do
Departamento de Conservação do Instituto dos Museus e da Conservação, Lisboa.
Entre 2004
e 2009, (a) Trabalhou como conservadora-restauradora de mobiliário com incidência
em móveis lacados em peças de proveniência particular e de instituições. (b) Foi
colaboradora da empresa Archeofactu (Arqueologia e Arte Lda.) na área de
madeiras, em intervenções como: Conservação do acervo do Laboratório Químico do
Museu da Ciência em Lisboa, e Conservação do acervo do Museu de São Roque,
Lisboa. (c) Leccionação do módulo de Conservação Preventiva de Mobiliário no âmbito
do Mestrado de Conservação Preventiva de Bens Culturais da Universidade
Católica Portuguesa.
Entre 2002
e 2004, trabalhou na secção de Mobiliário do Departamento de Conservação do Instituto
Português de Conservação e Restauro, integrando o projecto “Estudos e
Investigações sobre o Património Móvel e Integrado” do Plano Operacional da
Cultura.
• É
autora de várias publicações e comunicações.
7. Finalmente, há
mais duas coincidências curiosas a assinalar, neste caso no tocante à
colaboração de Maria João Petisca com a empresa Archeofactu – Arqueologia e
Arte Lda. na área das madeiras:
(1) A
referência à Conservação do acervo do Laboratório
Químico do Museu da Ciência em Lisboa trouxe-me à memória as aulas práticas
de Análise Química que tive neste Laboratório na segunda metade da década de
1950, era então professor desta disciplina o doutor A. Pereira Forjaz.
(2) A
referência à Conservação do acervo do
Museu de São Roque, Lisboa, fez-me lembrar que este Museu está integrado na
Santa Casa da Misericórdia, de que é secretária-geral a minha afilhada de
baptismo, Maria Helena Oliveira. Fui consultar o livro “Museu de São Roque”
(2.ª edição, Lisboa, Dezembro 2008), que ela me ofereceu, e lá fui
encontrar os dois nomes associados: A Maria Helena
Oliveira como coordenadora geral do Catálogo e a Maria João Petisca como participante em intervenções de conservação
e restauro de mobiliário…
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