(…) os [nossos] filhos viveram a guerra através do tio, que um dia também partiu, rumo à Guiné. Ele que fora menino pacato, que se fizera homem recusando toda a violência, lá foi de abalada, entregue à sorte, que outra coisa o não poderia proteger. Aqui ficámos nós, com o medo dos que ficavam e viam partir os familiares. Chegavam com frequência os aerogramas endereçados aos sobrinhos, recheados de engraçados desenhos que ele coloria, de muitas histórias ou divertidas charadas. Acolhíamos as notícias sem entusiasmo, porque cada minuto em África escondia mil perigos, e as cartas chegavam sempre com grande atraso. Só os pequeninos faziam da chegada do carteiro um motivo de alegria. (…) Cf. http://tempoderecordar-edmartinho.blogspot.com/2010/10/recordando-outros-tempos.html
Os aerogramas referidos acima foram escritos em 1969 e 1970. “Perdidos” durante muito tempo, viemos agora a descobrir que estavam na posse de uma das sobrinhas, a Lena, que os guardou religiosamente. Seguem-se alguns exemplares.
OBRIGADO, TIO BERTO!
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