sexta-feira, 23 de setembro de 2016

E mais não é preciso dizer

Editorial (Público, 23.Set.2016)
 [...] Sem moralismos nem vontade de dar voz aos zelotas da privacidade, o que importa nesta polémica é o facto de nenhuma das 42 pessoas com direito a capítulo neste livro ter falado com JAS imaginando que um dia leria as suas conversas de bastidores publicadas e com aspas. As cruas e embaraçosas opiniões de Passos Coelho sobre Dilma Rousseff foram em on? A “confissão” de que o governo português “inventou uma cimeira que não existia” para Rousseff foi em on? Rui Machete contou a JAS, quando era ministro da Justiça, os segredos de uma operação contra as FP25 em on? Manuela Eanes, “quase sempre às escondidas do marido”, “deu várias notícias em primeira mão” a JAS em on? Miguel Portas falou sobre o irmão em on? Os exemplos são inúmeros. Como é óbvio, todas estas pessoas conversaram com JAS sabendo que ele é jornalista. Mas também com uma razoável expectativa de que a conversa era privada e não seria reproduzida. Nem em on nem em off, nem com aspas nem sem elas.

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