Francisco Teixeira da Mota
PÚBLICO, 27.Maio.2016
[...] Se a semana passada falámos da condenação judicial
de um oficial aviador por expressões escritas num blogue sobre um candidato
presidencial, esta semana aproveitamos para contar a história do
capitão-de-mar-e-guerra na reserva Jorge
Silva Paulo que, desde finais de 2012, tem escrito nas páginas do Diário
de Notícias crónicas sobre a Armada. Nesses textos críticos, tem tomado
posição contra o "lobby dos oficiais da Marinha” e insistido na
necessidade de a Marinha, enquanto parte das Forças Armadas, se subordinar e
distinguir do poder civil, exercendo funções de defesa e não de segurança
interna, não lhe cabendo, por exemplo, fiscalizar as pescas. Tais crónicas
desagradaram ao Almirante Luis Macieira Fragoso, Chefe do Estado-Maior da
Armada e, simultaneamente, Autoridade Marítima Nacional – acumulação de que o
cronista discorda veementemente – pelo que, em Março de 2015, apresentou uma
queixa à Procuradora-Geral da República, acusando o capitão-de-mar-e-guerra da
prática dos crimes de "difamação de pessoa colectiva" e de
"violação de segredo de Estado".
A história vem contada no blog proa-ao-mar e teve um final
feliz: depois de uma ampla investigação, a Polícia Judiciária Militar concluiu
que não existiu qualquer crime de violação de segredo de Estado, até porque o
documento que o capitão-de-mar-e-guerra Jorge
Silva Paulo referira num dos seus textos nem sequer era um documento
classificado.
O Ministério Público mandou, para nosso descanso,
arquivar o processo, mas os militares fora da efectividade de serviço que
gostam de pensar alto ficam a saber que, por mais direito que tenham a dizer o
que pensam, sempre encontrarão borrascas.
NOTA - Conheço o Jorge Silva Paulo desde "menino", quando era colega de escola e amigo dos meus filhos. Sempre o apreciei pela sua inteligência e espírito crítico. Agora fez-se justiça, a que Francisco Teixeira da Mota deu o justo relevo. Parabéns, Jorge!
NOTA - Conheço o Jorge Silva Paulo desde "menino", quando era colega de escola e amigo dos meus filhos. Sempre o apreciei pela sua inteligência e espírito crítico. Agora fez-se justiça, a que Francisco Teixeira da Mota deu o justo relevo. Parabéns, Jorge!
O reconhecimento de determinadas pessoas, como o do Eduardo Martinho, amigo de décadas, é um elemento muito importante para ajustar a rota!
ResponderEliminarObrigado
Abraço amigo