José Vítor Malheiros - PÚBLICO, 10.Out.2015
[...] O acordo da
esquerda é uma esperança porque ele esboça de novo um programa que defende os
direitos de todos contra os privilégios de alguns, o bem-estar de todos contra
a ganância de alguns, a liberdade de todos contra os abusos de alguns, a
igualdade de todos contra as prerrogativas de alguns, a solidariedade de todos
contra o egoísmo de alguns.
Sabemos que
os tempos que se avizinham serão difíceis. Um governo que defenda estes
princípios será atacado por todos os interesses, por todos os privilegiados de
todos os privilégios, por todos os preconceitos, por todos os rancores. Sabemos
que as primeiras frentes de ataque se concentrarão nas frestas existentes entre
os vários signatários, tentando desfazer o seu acordo, ampliar diferenças,
acicatar rivalidades, difundir intrigas, comprar traições. Sabemos que o acordo
que hoje celebramos tem fragilidades porque acabou de nascer e porque vai ter
de ser reconstruído dia-a-dia pelos seus autores, numa prática quotidiana de
debate que confronte todas as diferenças sem perder de vista os grandes
objectivos. [...]
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