Emendar Portugal
Autoria: Manuel
Laranjeira
(Org. Bruno Monteiro)
Associação dos Jornalistas e
(Org. Bruno Monteiro)
Associação dos Jornalistas e
Homens
de Letras do Porto
Diogo Ramada Curto
«[…] enquanto escritor de
acção, também combateu o modo como funcionava o mundo universitário. Foi em
1909 que irrompeu contra a Escola Médico-Cirúrgica do Porto que, como dizia um
ilustre professor seu amigo, não era “um estabelecimento para ensinar medicina,
[mas] uma manjedoira para parentes e amigos” (p. 120). A partir de uma
descrição das tropelias que se faziam nos concursos para admissão de
professores e de progressão nas carreiras, denunciava a falta de sentido
público e a cobardia de muitos que consentiam com uma situação em que o
clientelismo e o menosprezo pelo reconhecimento dos que faziam ciência eram notórios.
No fundo, argumentava, a Escola não passava de “uma récita de amadores, em
família, com o sr. Almeida Brandão, de contra-regra, a puxar os cordelinhos”
(id.). Era este último que controlava os júris, actuando como um “cacique” que
chefiava uma “coterie”, ou seja, uma “quadrilha” (p. 123)! Para se
chegar a professor universitário, só havia um meio: subir “pela escada de um
corrilho, correntemente denominado a panelinha do Laranjal, que até o confessam
os próprios naturalmente interessados em encobri-lo e dissimulá-lo” (p. 136). […]»
Se o leitor se der ao
trabalho de ler o "Escândalo" revisitado verá que, mais de 100 anos depois, continua
tudo na mesma como a lesma…
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