Quando saía de casa para o trabalho, a minha primeira paragem era no quiosque dos jornais. Foi assim ao longo de muitos anos. Fui aprendendo a conhecer o Serafim e a merecer-lhe estima, que eu sinceramente retribuía. Homem de bom trato e muito bem-disposto, tinha sempre um dito jocoso a propósito de tudo e de nada: dava remoques sobre os resultados do futebol, comentava o dia-a-dia político, contava a sua anedota… Fazia-nos sorrir, o Serafim. E ajudava-nos a começar bem a jornada.
Um dia, inesperadamente, veio a revelação de que o Serafim tinha problemas pessoais, problemas que escondia e que não conseguiu ultrapassar. E desistiu da vida! Foi um choque no Bairro. Ainda hoje sinto o pesar da sua partida.
Passados vários anos, o quiosque dos jornais (situado na confluência das ruas António Pedro e Alves Torgo, junto à Rua António Pereira Carrilho) voltou a funcionar. Desejo a melhor sorte a quem veio preencher o vazio deixado pelo Serafim.
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