Ouço falar de vocês sem vocês por perto.
Olho para as vossas caras pequeninas numa fotocópia a preto e branco que não conversa comigo. Mas é já um apetite a nascer pelo primeiro dia, uma vontade imensa de vos escutar a voz, de saborear devagar o gostinho tão bom de primeira vez, de primeiro encontro, de cheiro a novo.
Provavelmente nesta altura escrevem-me também uma carta sem saber, perguntando-se nela quem serão os braços que vos acolherão.
Quem serás tu professora? O que nos dirás? O que nos pedirás? Vais querer saber quem somos? O que pensamos? O que queremos? Vais escutar-nos, professora? Vais compreender os medos que não te confessarmos? Vais celebrar as nossas alegrias? Vais perceber quando estivermos tristes? Vais ser mesmo nossa, professora? Vais gostar de nós? Será que vamos gostar de ti? Tens surpresas nas mãos, professora? Tens magias e segredos para trocarmos?
Entraremos na sala juntos de folha branca ao peito e coração cheio de esperança para começar a escrever nela e nele os dois anos de caminho que nos esperam. É neste pedaço de tempo antes da porta se abrir que começamos a nossa história de sorrisos.
O dia está quase a chegar e, depois, o tempo vai passar demasiado depressa como sempre e acabarei, como agora, feliz por receber quem chega e cheia de uma imensa saudade de quem já voou.
É só o que vos prometo. Lá num futuro perto, sei, vamos sentir falta uns dos outros. O tempo vai esculpir-nos asas e nós esculpiremos com elas o tempo... mas é areia impossível de guardar nas mãos. Rio sem barragem.
Crescer é isto: viver de boas-vindas em despedidas minuto a minuto.
Crescer bem é isto: aproveitar todos os segundos que nos são oferecidos dentro dos minutos e fechar suavemente cada porta aberta sem arrependimento.
Até já...
Olho para as vossas caras pequeninas numa fotocópia a preto e branco que não conversa comigo. Mas é já um apetite a nascer pelo primeiro dia, uma vontade imensa de vos escutar a voz, de saborear devagar o gostinho tão bom de primeira vez, de primeiro encontro, de cheiro a novo.
Provavelmente nesta altura escrevem-me também uma carta sem saber, perguntando-se nela quem serão os braços que vos acolherão.
Quem serás tu professora? O que nos dirás? O que nos pedirás? Vais querer saber quem somos? O que pensamos? O que queremos? Vais escutar-nos, professora? Vais compreender os medos que não te confessarmos? Vais celebrar as nossas alegrias? Vais perceber quando estivermos tristes? Vais ser mesmo nossa, professora? Vais gostar de nós? Será que vamos gostar de ti? Tens surpresas nas mãos, professora? Tens magias e segredos para trocarmos?
Entraremos na sala juntos de folha branca ao peito e coração cheio de esperança para começar a escrever nela e nele os dois anos de caminho que nos esperam. É neste pedaço de tempo antes da porta se abrir que começamos a nossa história de sorrisos.
O dia está quase a chegar e, depois, o tempo vai passar demasiado depressa como sempre e acabarei, como agora, feliz por receber quem chega e cheia de uma imensa saudade de quem já voou.
É só o que vos prometo. Lá num futuro perto, sei, vamos sentir falta uns dos outros. O tempo vai esculpir-nos asas e nós esculpiremos com elas o tempo... mas é areia impossível de guardar nas mãos. Rio sem barragem.
Crescer é isto: viver de boas-vindas em despedidas minuto a minuto.
Crescer bem é isto: aproveitar todos os segundos que nos são oferecidos dentro dos minutos e fechar suavemente cada porta aberta sem arrependimento.
Até já...
Teresa Martinho Marques
http://tempodeteia.blogspot.com/2009/09/carta-quase-com-destino.html
Bom dia, Prof. Teresa!
ResponderEliminarAdorei ler a sua carta.Que sorte têm os meninos(as) que vai receber na sua turma.Tem toda a razão quando diz que o tempo passa demasiado depressa... A Teresa não me conhece mas sou mãe de uma menina (Carolina) que já vai para o 9º ano e que foi no 1º ciclo sempre aluna da Prof. Zami (EB1 da Ventosa), a Teresa escreveu uma história coletiva "Um Sonho infeliz" (Novembro 2006) com a turma dela e em Abril de 2007 veio cá visitá-los. Acredite que esse momentos que partilhram ficaram bem guardados no coração.
E agora que estamos em 2011 o meu filhote mais novo (Nuno) iniciou a semana passada o 1º ciclo e para grande felecidade dele e minha a Professora vai ser a Zami.
Para si e para a Prof. Zami quero aqui agradecer a vossa dedicação, empenho, gosto, esforço, etc..., se neste país houvesse muitas Teresas e muitas Zamis acredito que todos os alunos teriam uma história de sorrisos! Bjs. Carla Custódio
Cara Carla!
ResponderEliminarUma felicidade estes encontros... e acredite que nós, sem as Carlas Mães deste mundo que nos apoiam e dão força aos seus meninos, não conseguiríamos fazer nem metade do que sonhamos... Os pais têm sido sempre os meus mais diretos apoiantes das aventuras. Uma das meninas da turma da Zami continuou a escrever-me e agora até somos amigas no facebook... Ficaram no coração, sim, todos eles e esses momentos especiais que vivemos juntos! Muito obrigada pelas suas doces palavras e um abraço grande! Teresa