Santana Castilho (PÚBLICO-20.Abril.2016)
[...] só um ignorante da complexidade do insucesso julga
que o combate com fornadas de formação para os professores. Estou a referir-me às
indizíveis acções que acabaram de ter lugar em Évora, Leiria e Braga. Em golpe
de mão, onde a surpresa e a rapidez da convocatória nem permitiram a muitos
saber ao que iam, arregimentaram-se professores para ouvirem em dois dias (no
primeiro, das 09.30 à meia-noite), fechados num hotel, as mais finas tretas de
um “eduquês” que agora será reproduzido “em cascata”, primeiro para
directores, coordenadores de directores de turma e coordenadores de 1º ciclo
(numa imposta maratona até Junho) e, posteriormente, para todos os professores.
Aos que preferiam ver-me como o patinho sentado da história que o ministro
mandou contar às escolas, e se apressarão a decretar o exagero do meu sarcasmo,
deixo um naco da prosa que extraí dos respectivos documentos de apoio:
“Se as organizações fossem vistas como jardins, os
líderes não poderíam mandar que crescessem. Teríam que enfrentar as
impredictibilidades, os fatores ambientais, trabalho em equipa e fatores de
risco que normalmente se caracterizam quando se pensa em desenvolver algo. Os
líderes só podem promover o desenvolvimento ao ‘reorganizar as condições e as
estruturas’... Para os jardins, estas condições são o sol, humidade, solo,
nutrientes e temperatura; para as escolas são o tempo, espaço, materiais,
incentivos, formação, colegialidade, respeito, confiança e recursos humanos”
(Os erros ortográficos, mesmo o do verbo ter, estão no
documento consultado). [...]
Sem comentários:
Enviar um comentário