A história começou no regresso a casa
após um passeio a pé. Atravessávamos o Largo do Leão quando o meu filho Paulo
Miguel, então com uns 12 anos, descobriu no chão um pardal quase completamente “despido”
de penas, certamente caído do ninho. Agarrou nele e, condoído, pediu-me para o levarmos
para casa. Antevi dificuldades, mas
acedi ao pedido.
A primeira dificuldade consistiu em
descobrir o que poderia dar-lhe a comer e como fazê-lo. Com os meus quatro filhos pequenos a dar palpites, uma sugestão daqui, outra dali… e a coisa resolveu-se.
Miolo de pão misturado com gema de ovo cozido e água, tudo servido com
um palito, foi a dieta inicial. E o pardal foi
crescendo.
Quando começou a ficar mais forte e com penas, passou a sair da caixa acolchoada onde passava o dia e pernoitava. Um dia voou! Ia para a cozinha, onde tomava banho numa tina, mas a casa era
toda dele. Entrava na sala de jantar, passeava-se pela estante dos livros,
quando lhe apetecia vinha para o meu ombro, à noite recolhia-se debaixo do meu
cabelo… enfim era quase um membro da família. Só que houve um facto que começou
a criar mal-entendidos: o pardal não sabia que era feio defecar em qualquer sítio...
E a sentença chegou: o pardal tinha de ir para outro lado.
Como o meu gabinete no Laboratório Nuclear de Sacavém ficava situado num espaço ajardinado, pensei que seria agradável para ele viver aí. Um dia levei-o. Abri a janela do gabinete, destapei a caixa e… fiquei à espera, a ver o que acontecia. Ele olhou para o jardim, virou-se para mim e… voou em direcção ao meu ombro. A cena repetiu-se duas ou três vezes. Aí, comecei a pensar que tinha ali outro problema. Voltei a pô-lo à janela, saí do edifício e fui colocar-me a uma dezena de metros do gabinete, na expectativa de que ele avançasse finalmente para o jardim. Era a minha ingenuidade a supor fantasias. O que o pardal fez foi voar da janela... para o meu ombro!
Como o meu gabinete no Laboratório Nuclear de Sacavém ficava situado num espaço ajardinado, pensei que seria agradável para ele viver aí. Um dia levei-o. Abri a janela do gabinete, destapei a caixa e… fiquei à espera, a ver o que acontecia. Ele olhou para o jardim, virou-se para mim e… voou em direcção ao meu ombro. A cena repetiu-se duas ou três vezes. Aí, comecei a pensar que tinha ali outro problema. Voltei a pô-lo à janela, saí do edifício e fui colocar-me a uma dezena de metros do gabinete, na expectativa de que ele avançasse finalmente para o jardim. Era a minha ingenuidade a supor fantasias. O que o pardal fez foi voar da janela... para o meu ombro!
Estava eu encrencado sem saber como resolver
a situação, quando passou um dos irmãos Marques, que trabalhava na secção de reprografia
do Laboratório. Que faz aí com um pardal
no ombro?! – estranhou ele. Olhe,
estou aqui com um problema e não sei o que fazer. E contei-lhe a história.
Diz-me o Marques: Eu resolvo-lhe o
problema. Levo o pardal comigo, porque gosto muito de pássaros e tenho muitos em
minha casa.
Uf, que alívio!
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