O meu neto João Guilherme (8 anos) tem vivido sempre junto à praia de Santa Cruz (Torres Vedras). Talvez por isso, começa a verificar-se nele uma atracção por desportos praticados à beira-mar. Ultimamente tem tido lições de surf e anda entusiasmado com as aulas, porventura estimulado por ter conseguido pôr-se de pé na prancha logo na primeira lição!
Agora ofereceram-lhe uma prancha de skimming. Na primeira vez que fui a casa dele, mostrou-me logo o novo “brinquedo” com os olhos cheios de alegria. E pediu-me para lhe tirar fotografias, para o que foi vestir-se a preceito com uns calções de banho a condizer com as cores da prancha. Fotografei-o em várias posições à sua escolha. O enquadramento não era o melhor… mas era o que havia.
Na sua forma mais simples, o skimming (ou skim surfing) é praticado na maré vazia sobre areia plana coberta por uma fina camada de água deixada pelo rebentamento manso das ondas. Quando as condições são as apropriadas, a prancha é atirada paralelamente à água, o surfista corre atrás da prancha, salta para cima dela e, assim, pode deslizar sobre a água durante algum tempo (segundos).
Ao fim de algum tempo de observação e de alguns ensaios falhados, chamei-o. Com ele muito atento, dei-lhe umas quantas indicações básicas sobre os referidos aspectos. Antes de voltar para a água:
- Oh avô, tu já fizeste skimming?
- Não!
- Então como é que sabes essas coisas?!
- Porque sou físico e percebi como a “coisa” funciona…
Ele aceitou a explicação com naturalidade e avançou para uma nova série de ensaios. Para meu conforto -- e agrado dele! -- o resultado foi satisfatório: os deslizamentos passaram a ser mais frequentes e mais longos.
O João Guilherme ainda tem tudo a aprender nesta modalidade, mas, aconteça o que acontecer, ninguém me tira o prazer de ter mostrado ao meu neto que a Física até serve para melhorar a prática do skimming…
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