sexta-feira, 23 de novembro de 2018
domingo, 18 de novembro de 2018
Manuel António Pina (18.Nov.1943 - 19.Out.2012)
Esplanada
Naquele tempo falavas muito
de perfeição,
da prosa dos versos
irregulares
onde cantam os sentimentos
irregulares.
Envelhecemos todos, tu, eu
e a discussão,
agora lês saramagos &
coisas assim
e eu já não fico a ouvir-te
como antigamente
olhando as tuas pernas que
subiam lentamente
até um sítio escuro dentro
de mim.
O café agora é um banco, tu
professora de liceu;
Bob Dylan encheu-se de
dinheiro, o Che morreu.
Agora as tuas pernas são
coisas úteis, andantes,
e não caminhos por andar
como dantes.
Subscrever:
Mensagens (Atom)