sábado, 28 de março de 2015

quarta-feira, 25 de março de 2015

In Memoriam Herberto Helder


Sobre um Poema

Um poema cresce inseguramente
na confusão da carne,
sobe ainda sem palavras, só ferocidade e gosto,
talvez como sangue
ou sombra de sangue pelos canais do ser.

Fora existe o mundo. Fora, a esplêndida violência
ou os bagos de uva de onde nascem
as raízes minúsculas do sol.
Fora, os corpos genuínos e inalteráveis
do nosso amor,
os rios, a grande paz exterior das coisas,
as folhas dormindo o silêncio,
as sementes à beira do vento,
- a hora teatral da posse.
E o poema cresce tomando tudo em seu regaço.

E já nenhum poder destrói o poema.
Insustentável, único,
invade as órbitas, a face amorfa das paredes,
a miséria dos minutos,
a força sustida das coisas,
a redonda e livre harmonia do mundo.

- Em baixo o instrumento perplexo ignora
a espinha do mistério.
- E o poema faz-se contra o tempo e a carne. 

terça-feira, 17 de março de 2015

«Elogio do Bloco de Esquerda»

PÚBLICO, 17.Março.2015


Acham que o título é ironia? Não, desta vez não é ironia. Eu costumo dizer com frequência que só sou de direita ao longo de três quartos da pirâmide social. À entrada do último quarto vou virando progressivamente à esquerda, e quando chego perto dos banqueiros e dos grandes promotores do capitalismo de compadrio já estou transformado num furioso bloquista. [...]

sábado, 7 de março de 2015

A opinião do dia

Do incidente fiscal de Pedro Passos Coelho só uma coisa se deve concluir: as “juventudes partidárias” precisam de ser abolidas, como primeiro acto para a regeneração do regime. Os jovens que se inscrevam onde quiserem na idade de votar e que sejam tratados como o militante comum. Que os partidos não sirvam mais de educadores da “classe política” e aviário de ministros. Basta o que basta.
Vasco Pulido Valente
PÚBLICO, 08.Março.2015
Foto encontrada aqui

Não fui eu, foi ele

Mário Vieira de Carvalho
PÚBLICO, 08.Março.2015
Pedro passa culpas. É um padrão que se repete desde que chegou a primeiro-ministro. Começou logo por faltar a todas as promessas eleitorais. Justificação: ignorava o estado em que se encontrava o país. A culpa era do Governo anterior.

quinta-feira, 5 de março de 2015

Parabéns PÚBLICO!


O PÚBLICO nasceu em 1990.
Completa hoje 25 anos, com uma edição extraordinária!
PARABÉNS!

Quando o Jornal apareceu, eu lia-o uma vez por outra.

Acontece que, em 1992, o laboratório do Estado onde trabalhava passou por uma crise "existencial" que levou os investigadores a mobilizarem-se para contrariar as decisões desagregadoras que germinavam nos corredores do ministério da Indústria. Cada um escolheu a arma com que avançaria para a guerra. Eu escolhi os jornais.

A primeira porta a que bati foi o EXPRESSO. Lido o escrito que eu preparara, o senhor Coimbra disse “nós publicamos isto” (A nossa opção nuclear. Expresso  - n.º 1051, 19.Dezembro.1992). Seguiram-se outros artigos enquanto a crise durou -- https://edmartinho01.wordpress.com.

A segunda porta... foi o PÚBLICO. Um ou dois telefonemas para José Vítor Malheiros levaram à publicação de “Investigação, visão de Estado e o futuro do ICEN. Público, n.º 1080, 18.Fevereiro.1993. Fiquei definitivamente "cliente": desde então, compro e leio religiosamente o Jornal. Já lá vão 22 anos. E não vou ficar por aqui... enquanto puder.

domingo, 1 de março de 2015

O jornal PÚBLICO vai completar 25 anos...

... no próximo dia 5 com uma "festa" de arromba, onde entram 
a Física e os físicos João Magueijo e Carlos Fiolhais (ver aqui)

João Magueijo irá ser o director do jornal por um dia