segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

terça-feira, 6 de janeiro de 2015

Duas estórias onde se fala de luz...

... no Ano Internacional da Luz

Há dois dias escrevi aqui um texto em que inicialmente pretendia falar do ano internacional da luz. Acontece que a mente às vezes puxa-nos para outro caminho e acabei a falar do menino que fui, a propósito de um quarto com pouca luz em que estudava sentado num banco tendo por secretária o tampo de uma cadeira. Estas memórias pesam, não é? Se calhar é por isso que nos propomos escrever sobre o ano internacional da luz e somos levados a escrever coisas que nada têm a ver com luz. Luz...e, pronto, veio-me à memória a pouca luz que também tive quando era estudante de Física e trabalhava como prefeito num colégio interno que ainda existe em Lisboa, ali para os lados do Paço do Lumiar. Eu dormia na camarata dos alunos mais velhos e era só depois de apagar a luz que arranjava algum tempo para estudar. Punha de pé uma mesa desmontável que um amigo me dera e ajustava o braço do candeeiro para a luz incidir na direcção certa. Tinha o cuidado de tapar o candeeiro com uma toalha para reduzir a luminosidade na camarata, mas nem sempre conseguia evitar um ou outro reparo: “A luz! Assim não consigo dormir”. Passada a fase de justificada refilice, os alunos acabavam por adormecer e eu ficava entregue a mim próprio. O pior nem era a luz, o pior era o frio no inverno. Chegava a levantar-me às seis da manhã com os pés quase tão frios como quando me tinha deitado, nunca antes da meia-noite. 
Ainda a propósito do colégio, ocorre-me outra estória real que também mete luz. Havia no colégio um (famoso na PSP) professor de matemática, de seu nome Abel F., que também tivera dificuldades com a luz enquanto estudante liceal. Na altura ele era polícia e fazia rondas à noite, numa época em que a malandragem não abundava. Então, para matar utilmente o tempo, o nosso homem sacava do livro que levava disfarçado na farda e estudava sob a luz dos candeeiros citadinos. E eu não posso deixar de imaginar uma cena surreal: o guarda Abel a estudar o teorema do norueguês Abel à luz do lampião! Bem, vou terminar, que a prosa vai longa para post. O ano internacional da luz tem de ficar para a próxima… 

domingo, 4 de janeiro de 2015

Uma estória onde se fala de (pouca) luz...

... no Ano Internacional da Luz.

2015 é o Ano Internacional da Luz. Foi a ONU que assim o ditou, logo a ONU que de tanta luz precisa. Se calhar foi por isso que proclamou: 2015 é o Ano Internacional da Luz! Este é o ano internacional da luz, e eu quero escrever sobre a luz, mas não com os olhos do físico que (ainda) sou. Eu quero escrever sobre a luz com os olhos da criança que fui, porque a primeira luz de que me lembro era uma luz vinda de uma lâmpada colocada no extremo de um fio pendurado do tecto. A luz era tão escassa que eu não sei se era da altura a que estava a lâmpada se era da potência da dita. Que em minha casa parecia que já vivíamos em tempos com cuidados ecológicos: o meu pai, que era muito exigente com o gasto das lâmpadas, vigiava atentamente se as lâmpadas estavam ligadas quando tal luxo podia ser dispensado. Para diminuir a conta da luz ao fim do mês, o meu pai chegou a substituir a lâmpada da cozinha por outra de menor consumo. A minha mãe, coitada, chegou a pensar que estava a ver menos bem. Mas parece que estou a afastar-me do que pretendo dizer…. Ah, já sei. Estava a falar do ano internacional da luz, mas meti pelo meio a primeira (pouca) luz de que me lembro, a do meu quarto. Isto talvez porque a dificuldade era real, eu via mesmo mal, tinha que fazer um grande esforço para estudar a lição do dia seguinte ou fazer a cópia que tinha de apresentar, de tal maneira que ficava com os olhos molhados e com comichão. Não sei se foi daí que contraí uma espécie de conjuntivite. Como se percebe, a primeira luz de que me lembro não me traz à memória boas recordações… Em compensação, há cores que me ficaram na retina. Essas eram vistas à luz dia, tendo por pano de fundo céus brilhantemente azuis: fosse o branco imaculado dos jarros (que eu não sabia que era uma mistura mágica de luzes de todas as cores!) ou o mesclado branco-vermelho dos brincos-de-princesa de que a minha mãe cuidava com tanto desvelo, fosse ainda a cor das extraordinárias laranjas-da-baía da minha laranjeira. Sim, a laranjeira que cresceu comigo e de que já falei aqui. Oops!, parece que estou a divagar novamente. Tenho de escrever um post-it a dizer: 2015 é o Ano Internacional da Luz!

sábado, 3 de janeiro de 2015

As Cores do Branco...

...no Ano Internacional da Luz

Figura encontrada aqui

As Cores do Branco


Tantos mistérios no mundo
coisas que eu nem sabia
que o branco guarda segredos
que a luz tem uma magia

Se a luz esconde surpresas
precisamos perguntar
vamos correr atrás dela
até ela nos explicar

Refrão:

Diz-me lá, oh luz branquinha
tão cheiinha de sabores
como é que com água e sol
pintas no céu tantas cores?


Teresa Martinho Marques
Faz parte de uma canção criada para “Viagem ao Mundo da Luz” (projecto da Educadora Maria Helena Martinho, Jardim de Infância do Vimeiro, 2009-2010) com música de Paulo Martins (pai-músico de uma criança do Grupo).