segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Pequenas-grandes alegrias...

Nos anos 2001-2004, uma equipa do Laboratório Nuclear de Sacavém obteve um conjunto de resultados inovadores no domínio da Física de Neutrões (Neutron Self-Shielding –Towards Universal Curves): http://edmartinho.wordpress.com/.
Para assinalar o 10.º aniversário da conclusão desse trabalho, nada melhor do que ver confirmada a sua validade e utilidade através de citações diversas (cerca de oito dezenas). Desta vez, trata-se de um documento recente do Culham Centre for Fusion Energy (UK Atomic Energy Authority, Culham Science Centre):


Jean-Christophe C. Sublet, James W. Eastwood and J. Guy Morgan
The FISPACT-II User Manual
CCFE-R(11)11 Issue 6 (June 2014)
Cf. A.4.4 Self-shielding of resonant channels, using the universal curve model, 
páginas 147 a 149.

Eduardo Martinho, José F. Salgado e Isabel F. Gonçalves (2006)

Trabalhos citados:
[21] E. Martinho, I.F. Gonçalves, J. Salgado: Universal curve of epithermal neutron resonance self-shielding factors in foils, wires and spheres. Applied Radiation and Isotopes 58 (3) (2003) 371-375
[22] E. Martinho, J. Salgado, I.F. Gonçalves: Universal curve of thermal neutron self-shielding factors in foils, wires, spheres and cylinders. Journal of Radioanalytical and Nuclear Chemistry 261 (3) (2004) 637-643
[23] J. Salgado, E. Martinho, I.F. Gonçalves: The calculation of neutron self-shielding factors of a group of isolated resonances. Journal of Radioanalytical and Nuclear Chemistry 260 (2) (2004) 317-320

sábado, 25 de outubro de 2014

Gente de má-fé

«Não aceitem o engodo, não acreditem neles, querem enganar-vos e, depois de se reformarem, cortam-vos o que vos prometerem no passado para vos empurrar para a reforma. Como fizeram com os trabalhadores do Metro. Eles são gente de má-fé.»

 José Pacheco Pereira, Público, 25.Outubro.2014

domingo, 19 de outubro de 2014

A Ciência na educação pré-escolar

 

Dia 21 de Outubro, às 17h30, no Instituto Camões, o ensino das Ciências nos jardins de infância estará em debate, com base na apresentação pública de um novo estudo da Fundação. A Ciência existe na educação pré-escolar, dos 3 aos 5 anos, em Portugal? Quais são os conhecimentos, atitudes e competências valorizados na promoção da desejável literacia científica de crianças antes da idade escolar? Serão as nossas salas dos jardins de infância “amigas das ciências”? Apresentam-se os resultados de um estudo nacional em que se identificam as características de uma “sala amiga das ciências” e mostram-se boas práticas de promoção da literacia científica, apresentadas na forma de relatos de práticas. 

* * *
Projectos da Educadora de Infância HELENA MARTINHO 
(Jardim de Infância do Vimeiro) incluídos no livro:
Projeto «Viagem ao mundo da luz» – no âmbito do Concurso Ciência na Escola da Fundação Ilídio Pinho 6 meses a realizar experiências de Física sobre os fenómenos: reflexão, refração da luz e sombra, entrecruzando esse lado experimental com atividades de educação artística. Registo sistemático do percurso do projeto, em desenho, texto, fotos, vídeo. Elaboração de exposição final com todo o material criado/explorado.
Projeto de Biologia – Descobrindo os pequenos animais nossos vizinhos Projeto em parceria com uma mãe formada em biologia e um pai Professor de Ciências. Incluindo: saídas de campo; Observação durante as saídas com lupas e coposlupa; recolha, observação e registo de insetos e aracnídeos, com utilização de lupa binocular; desenho das observações realizadas; sessão informativa com os referidos pais para destrinçar os conceitos e aprender terminologia a específica dos seres vivos observados.

sábado, 18 de outubro de 2014

A frase do dia

«Lamento, mas não acredito em nada do 
que estes senhores [governantes] dizem.»

José Pacheco Pereira, Público, 18.Out.2014


sábado, 4 de outubro de 2014

Era uma vez uma intenção

Meu artigo publicado ontem em O MIRANTE online

“O Mirante” tem tido uma actividade editorial relevante em vários domínios, mas a sua acção tem sido surpreendente no campo científico. De facto, não é vulgar uma editora regional publicar títulos como: Energia Nuclear – Mitos e Realidades (2000); A Energia Nuclear em Portugal, Uma Esquina da História (2002); O Reactor Nuclear Português, Fonte de Conhecimento (2005); Memórias para a História de um Laboratório do Estado (2013) (o laboratório do Estado aqui referido implicitamente é o chamado Laboratório Nuclear de Sacavém).
Há mais quem reconheça o papel de “O Mirante” na área editorial. O físico Carlos Fiolhais, professor catedrático da Universidade de Coimbra e porventura o mais brilhante divulgador de ciência português da actualidade, escreveu a seguinte apreciação no seu blogue De Rerum Natura (blogue com mais de 4 milhões de visualizações): «“O Miranteé um semanário regional de Santarém cujo interesse por temas de ciência e tecnologia apraz registar.» E referiu-se ao livro “ENERGIA NUCLEAR – Mitos e Realidades”, de que sou co-autor com Jaime Oliveira, como sendo uma «obra pedagógica […] que se recomenda vivamente como introdução às questões do nuclear. Particularmente recomendável é o prefácio desse grande divulgador de ciência que é António Manuel Baptista. Ele insurge-se, e com razão, contra a actual fobia antinuclear
O desconhecimento em relação a certas matérias torna as pessoas vulneráveis e gera medos. É o que acontece frequentemente com o “nuclear”. Eis a opinião de um leitor do blogue De Rerum Natura (Julho.2007) em comentário ao post de Carlos Fiolhais “O Reactor Nuclear Português”: «Embora eu tenha pessoalmente uma opinião desfavorável relativamente à instalação de uma central nuclear em Portugal, concordo que não devem existir tabus na sua discussão. A grande razão para isso terá a ver com a ignorância científica sobre o assunto que perpassa na sociedade. O facto de, provavelmente, mais de 90% da população portuguesa ignorar a existência do reactor experimental de Sacavém demonstra-o cabalmente.»
A situação generalizada de “ignorância científica” fez-nos pensar, a mim e ao proprietário deste Jornal, que poderia fazer sentido utilizar um espaço no website de O MIRANTE onde questões desta índole pudessem ser abordadas, em particular tirando partido do livro “Energia Nuclear – Mitos e Realidades”.
Contrariamente ao que se possa supor, a iliteracia científica não se verifica apenas entre pessoas mais comuns, por vezes ”ataca” gente bem conhecida do grande público. Foi o que aconteceu com o Prof. Marcelo Rebelo de Sousa, na TVI, quando há dias trouxe inopinadamente para a conversa… “uma TAC”. [Diga-se que a TAC (Tomografia Axial Computadorizada) é um meio de diagnóstico para visualização interna do corpo em que são utilizados raios-X, tal como na radiografia, só que envolve uma tecnologia mais sofisticada.] Ora, comentando os recentes pedidos de desculpa do ministro da Educação e da ministra da Justiça, o popular “professor Marcelo” disse isto: «Eles entendem que, pedindo desculpa, cumpriram a sua missão. Mas isto tem um preço. É um bocadinho como a TAC: quando uma pessoa faz uma TAC, a TAC fica no corpo, aquela radiação fica lá e não se cura...». O menos que se pode dizer desta afirmação é que é errónea.
Claro que se percebe que se tratava de uma analogia, mas há limites para certas comparações, sobretudo quando são feitas perante largas centenas de milhares de telespectadores, muitos deles necessitados eventualmente de fazer uma TAC… Pelo menos a estas pessoas, é preciso dizer o seguinte: (1) a TAC não fica no corpo (que coisa bizarra esta de dizer que "a TAC fica no corpo"!!!); (2) os raios-X não ficam “lá”: entram, atravessam o corpo e são detectados, caso contrário nem seria produzida qualquer imagem! E nem vale a pena referir o não se cura… Como dizia Carlos Fiolhais num email que me enviou a propósito deste episódio, “quando os nossos comunicadores não sabem ciência, espalham pseudociência...”
Voltemos ao que interessa. Numa próxima oportunidade iniciaremos a nossa “viagem” por temas científicos. Procuraremos utilizar uma linguagem simples, mas sem perda de rigor. Assim o deus Éolo nos enfune as velas na boa direcção…

sexta-feira, 3 de outubro de 2014