sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Portefólio de escrita de Teresa Martinho Marques


Teresa Martinho Marques criou um novo espaço na net palavras aqui e acolá ― só para actividades de escrita.
Na secção Lar doce lar… estão as últimas novidades, em particular a sua participação numa surpreendente iniciativa do editor Luís Mendonça, que criou uma caixa-livro, Invasão da casa Andresen – Edições Eterogémeas, cheia de ilustrações e de textos de muitos escritores.
O site tem uma secção de Livros publicados e uma secção intitulada Sem abrigo nem companhia – inéditos. É desta secção o texto seguinte.

Outra coisa…
Era uma vez um lobo que tinha uma varinha mágica e uma fada com unhas grandes e dentes aguçados. Ele não era perigoso e encantava quem lhe pedisse, ela não era meiga nem gentil. Havia também um livro vazio e solitário que queria contar uma história, mas não a queria contar assim e pediu a ambos que trocassem de lugar para as coisas ficarem mais como deviam ser, fosse lá o que isso fosse.
Ora cada um deles vivia de um dos lados de uma ponte que ajudava quem precisasse a trocar de margem. Nunca nenhum havia visitado a outra ponta da ponte e pareceu-lhes que poderia ser uma excelente oportunidade de conhecerem o seu lado, mas olhado de outro lado.
Esperavam que a aventura pudesse permitir a tal transformação, mais desejada pelo livro que por eles próprios, habituados que estavam a ser como eram. Mas a ideia de aparecer nas suas páginas e ficarem famosos era assim como, para alguns, aparecer na televisão: apetitosa.
Assim foi. Percorreram a distância, cruzaram-se a meio cumprimentando-se e chegaram ao outro extremo. Aguardaram. Aguardaram mais um bocadinho. Nada. O outro lado nem parecia o mesmo sem si. Era assim como olhar para um espelho e não estar lá. Ou parecer outro sem o ser.
O livro esperava a transformação ansioso a ver se finalmente conseguia escrever a história que lhe apetecia, com personagens reais iguais às que havia imaginado. Nada acontecia.
O silêncio que se escutava era quase assustador. Até o rio debaixo da ponte emudeceu ao olhar para a cara triste e vazia do livro que perdera toda a esperança de se preencher com as palavras que desejava.
Foi preciso eu explicar-lhe que as histórias são como queremos, que nelas podemos inventar quem quisermos, como nos apetecer, para os barulhos todos regressarem e o mundo desemudecer. Ouviram-se algumas gargalhadas da fada e do lobo enquanto trocavam novamente de lugar e a fada fazia menção de o comer com as unhas postas em jeito de garra, ao mesmo tempo que o lobo, com gestos delicados, fingia que a encantava com a sua varinha mágica. O rio continuou a deslizar entre ruídos de conversa com as pedras das margens e os peixes que aninhava em si. O livro abriu-se num sorriso e pôs-se a contar histórias em voz alta.
As histórias, essas, já as conhecemos. Um lobo muito mau a comer avós, a assustar meninas ou porquinhos... fadas sempre boas aqui e acolá.
A vida real é para ser real.
Os livros, se quisermos, podem ser outra coisa.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

"Mania da Organização", artigo de Helena Martinho


Mania da organização
Descobrindo a arte de Ursus Wherli

Artigo de Helena Martinho publicado em
Cadernos de Educação de Infância N.º 100, Setembro-Dezembro.2013


Hoje vamos receber um convidado muito especial. Ele é suíço e por isso não poderá estar aqui connosco, mas mandou-nos esta foto sua e de vários trabalhos que tem feito para vos mostrar…”
Foi assim que no auditório do Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro se deu início a uma divertida e muito participada sessão sobre Ursus Wherli. Este artista e comediante tem realizado um curioso trabalho de reorganização de espaços e ambientes, objectos, pinturas, bandeiras, elementos da natureza…As imagens dos seus trabalhos dizem (quase) tudo sobre o conceito subjacente à chamada “art of clean-up”.

A sessão iniciou-se com a passagem de um powerpoint com imagens de vários trabalhos de Ursus, antes e depois de organizados. Começámos por analisar a figura do artista, a formalidade com que está vestido na foto projectada, de fato completo e gravata …“como se fosse para um casamento”, adianta um menino.
De seguida, expliquei-lhes que o Ursus é um artista, mas que é um artista muito especial, pois gosta muito de organizar tudo à sua volta.
Surge uma primeira imagem: todos identificam uma caixa de areia com brinquedos espalhados e um menino a brincar. Questiono as crianças sobre como poderiam organizar “aquela confusão”. Surgem algumas sugestões das crianças. Na imagem seguinte todos os brinquedos estão organizados em filas, por categorias. As crianças analisam a organização realizada pelo artista e tentam contar quantos brinquedos existem em cada fila, referindo o que está em maior e menor quantidade.
A imagem seguinte é uma fotografia aérea de um parque de estacionamento. Imediatamente, as crianças tentam encontrar soluções para “arrumar” os carros estacionados. Deixo-os avançar com várias hipóteses e só depois passo à imagem seguinte. Algumas crianças confirmam que acertaram. Os veículos estão arrumados por cores e as crianças vão descrevendo o que vêem, levantando-se e indo apontar as diferentes filas.
Surge nova imagem: um ramo de pinheiro. Como já entraram no jogo, as crianças começam logo a avançar ideias para organizar a imagem, algumas revelando muita imaginação. Todas as ideias são valorizadas, o que as leva a não terem receio de falar. Por vezes torna-se difícil gerir o tempo de cada um e há que solicitar a intervenção dos que se mantêm mais silenciosos perante o quase incontrolável entusiasmo de outros…
De repente uma foto de um céu estrelado… e de seguida as estrelas alinhadas por tamanhos e brilhos. Um menino adianta, decidido: “Ele usou um truque de computador. Só assim é que ele conseguia pôr aquelas estrelas todas organizadas!” E outro acrescenta: «Pois… não era como nos carros, que ele ia com a chave e podia conduzir e mudá-los de lugar!”
Um comentário curioso surge quando aparece uma foto de um letreiro escrito em caligrafia asiática. Um menino apreciador de animação japonesa adora este tipo de escrita e assume que aquela é uma palavra japonesa: “Ali diz Japão”. Nova imagem: Ursus não resistiu a dissecar os vários tracinhos que compõem a palavra, alinhando-os por formas e tamanhos. Lanço uma pergunta provocadora: «E agora, continua a dizer ali Japão?», e o mesmo menino comenta sem hesitar: «O único que sabe que ali diz Japão é o Ursus!».
Em seguida, surgem trabalhos baseados em pinturas de autores consagrados. Uma obra de Paul Klee, composta por quadrados, depois organizados por colunas de cores, foi rapidamente identificada pelo grupo porque a imagem já fora usada numa actividade no âmbito da matemática. De novo compararam as alturas das colunas e o número de quadrados em cada uma.
Numa imagem que reproduz uma obra de Malevich, as crianças reconhecem um homem a cortar uma árvore e na imagem seguinte tentam encontrar as partes respectivas, como se se tratasse de peças de um puzzle.
Numa profusa e híper-colorida obra de Keith Haring, que Ursus organiza por colunas de cor, as crianças querem contar os pedacinhos de cada cor e voltam atrás várias vezes para ver “se o Ursus não se esqueceu de nenhum bocado!”
Quando surge a pintura do quarto de Van Gogh, uma criança reconhece-a de um puzzle que há no Jardim. Ao observarem, na imagem seguinte, a “organização” realizada pelo artista, as crianças acham que a imagem está agora mais desarrumada… pois o artista colocou todo o mobiliário em cima e debaixo da cama… supostamente para se iniciar uma limpeza ao quarto. Em jeito de segredo um dos meninos comenta: «Ai, se o Ursus fosse ver como estão os brinquedos no meu quarto, organizava logo aquilo tudo!!!»

No final da apresentação e de muitos comentários divertidos e perspicazes, explico que vão passar para outra sala: a sala da organização e do silêncio.
O grupo desloca-se para uma sala onde já estão preparados os materiais sobre os quais irão intervir. Distribuo as crianças pelos diferentes locais, seguindo uma lista elaborada previamente segundo critérios relacionados com os traços de personalidade e interesses específicos de cada um.
À medida que levo cada criança até ao seu espaço, mostro-lhe os materiais que tem à sua disposição e explico que deverá organizá-los, tal como faria Ursus Wherli.
Na sala podemos encontrar uma mesa com uma imagem de Keith Haring e a mesma imagem em partes, uma de Kandinsky e uma com letras chinesas (para colar numa folha). As imagens mais complexas são atribuídas às crianças mais velhas.
No chão, encontram-se vários panos e cartolinas com caixas diferenciadas contendo berlindes, conchas, mosaicos, pedras, carrinhos, lápis de cor, carrinhos de linha, molas de roupa, pilhas, peças de vidro colorido, peças de lego e um ramo de acácia.
Enquanto as crianças realizam as suas composições, vão sendo feitos registos fotográficos das mesmas para guardar como memória (as composições são efémeras e algumas vão sofrendo alterações ao longo da sessão).
À medida que terminam as suas composições, as crianças são convidadas a irem observar o trabalho dos colegas, mas sem interferirem (a não ser que a outra criança queira ser ajudada). Com a ajuda dos colegas que terminaram e que se juntam a outros, vão surgindo novas composições, que são também registadas. As crianças são avisadas que não devem correr nem fazer barulho, pois trata-se de uma exposição e devem agir como se estivessem num museu ou numa galeria.
Apesar da maioria das crianças já ter terminado, algumas continuam concentradas nos seus trabalhos.
No final da manhã, reunimos o grupo em roda, sentados no chão, para falar sobre a actividade. Com alegria, confirmo que a actividade correu muito bem e que eles estiveram muito concentrados na organização dos seus materiais.
Depois, cada um vai dizendo quais os materiais com que trabalhou e a forma como os organizou. Algumas crianças atribuem sentidos inesperados às suas composições e vão junto do trabalho para explicá-los. Porque há quem organize de forma matemática, mas também quem crie uma figuração: um fundo marinho com ouriços-do-mar e peixes, uma máquina de fazer diamantes ou a representação de uma barbie-fada.
As crianças vão comentando que gostam das composições dos colegas e mostram-se bastante satisfeitas com a actividade.
Voltamos ao Jardim… É sexta-feira. Na semana seguinte, voltamos ao mesmo auditório, desta vez para ver a Conferência “Tidying up art” que Ursus proferiu no programa TED-talks, na Califórnia, em 2006. Vou traduzindo e eles vão comentando os novos trabalhos que não conheciam, desconstruções de obras dos mestres da pintura moderna. Em seguida, vemos ainda projectadas as fotos do atelier “Mania da organização”: as crianças trabalhando e imagens das obras finais. Cada autor levanta-se e comenta o seu trabalho, explicando o processo e o critério de organização; alguns até referem certas hesitações iniciais.
Agora sim… fechámos o atelier com chave de ouro. Foi uma produção feliz. Quantas vezes produções morosas, e preparadas com a mesma paixão, não surtem o efeito esperado, trazendo-me alguma (muita) frustração.
Depois…Bem, depois, há um dia assim… brilhante… que me reconcilia de novo com esta ideia fixa de que só sei ser Educadora.

Notas finais – Esta é a descrição de um atelier desenvolvido no Jardim de Infância do Vimeiro, em Maio de 2013. O artigo foi elaborado com o apoio do texto redigido pela doutoranda Sandra Rosado Fernandes, professora de Artes Plásticas na Escola Superior de Educação de Lisboa, que assistiu à sessão. Um agradecimento especial é devido ao Dr. Rui Filipe, do Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro, um incansável colaborador, que deu apoio técnico a esta actividade.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

In memoriam Pete Seeger (1919-2014)




>> Morreu o decano da folk americana (Público, 29.Jan.2014)


Enfants Perdus, de Claire Berest


No programa de Elisabeth Quin “28 minutes”, que passa no canal franco-alemão Arte-TV de 2.ª a 6.ª feira às 19h05, ouvi ontem a escritora (e ex-professora) Claire Berest falar do seu recente livro “Enfants Perdus”. Nele são abordados problemas muitíssimo graves de adolescentes franceses, mas a questão é mais abrangente e afecta certamente a juventude nascida na era digital noutras paragens. Ouçam "Le choix de Michel Field"  


Apresentação da obra
Data de publicação: 23.Janeiro.2014
Claire Berest a suivi pendant des mois le travail des policiers de la brigade des mineurs de Paris. En immersion, à travers de longs entretiens, elle est partie à la découverte de leur métier, de cette mission unique qui fait d’eux les témoins privilégiés de la vie des adolescents d’aujourd’hui, de ce qu’ils subissent et font subir. Une évidence s’est imposée à elle en écoutant leurs histoires : de plus en plus de jeunes sont, toujours plus tôt, emportés dans une dérive où la violence tient lieu de lien social, où la pornographie remplace la sexualité, balayant au passage tous les acquis du féminisme. À ces enfants perdus, rien ne semble plus permettre de se construire, de se projeter dans l’avenir. Pour comprendre ce phénomène, elle a poursuivi son enquête auprès de magistrats, d’enseignants, d’un homme politique, d’un pédopsychiatre. À tous elle a posé la même question : qu’est-il en train de se passer dans la jeunesse française ? Les réponses pourront effrayer. Mais on ne pourra plus dire, après avoir lu Claire Berest, qu’on ne savait pas.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Georges Brassens >> Les amoureux des bancs publics



Quem fala assim...


O antigo ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior Mariano Gago considera que as praxes educam para o fascismo e defende que deve acabar a tolerância em relação a estes comportamentos de jovens adultos. “Não pode haver complacência nessa matéria”.

>> Declaração de Mariano Gago

sábado, 25 de janeiro de 2014

Cortes na Ciência



José Cid, um ilustre Artista nascido na Chamusca

[ O Último Dia na Terra 00:01; O Caos 04:23; Fuga Para o Espaço 10:13; Mellotron, o Planeta Fantástico 18:2310.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte 25:06; A Partir do Zero 31:08; Memos 35:52 ]


José Cid - piano, synthesizers, string ensemble, Mellotron, vocals
Ramon Galarza - drums, percussion
Zé Nabo - bass, guitar, electric 12-string guitar, acoustic guitar
Sergeant Mike - electric guitar, 12-string guitar (track 2)



10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte, assim se intitulou o álbum editado em 1978. À época, vendeu menos de mil exemplares. Passo a passo, porém, foi ganhando lugar de culto na melomania do rock progressivo. Passo a passo, tornou-se uma espécie de mito na carreira de José Cid – o álbum que gera mais curiosidade, o álbum que seria reeditado em 1994 pela editora especializada Art Sublime, crescendo em reconhecimento até surgir em listas de melhores de sempre na imprensa internacional. Mais de três décadas depois da edição, 10.000 Anos Depois Entre Vénus e Marte vai ganhar nova vida, em palco, no dia 11 de Abril, na Aula Magna (Lisboa). Notícia do Público AQUI.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Estamos fartos!

«Este não é o destino que os portugueses escolheram nem o que os militares juraram defender! Estamos fartos!», disse o presidente da Associação de Oficiais das Forças Armadas.


Haydn >> The best of



S. Sound Philharmonic Orchestra

1. Symphony no. 45, f# min, I Allegro Assai "Farewell"
2. Symphony no. 45, in f# min, II Adagio "Farewell" 5:51
3. Symphony no. 45, in f# min, III Minuetto "Farewell" 14:34
4. Symphony no. 45, in f# min, IV Finale "Farewell" 18:40
5. Symphony no. 46, in B, I Vivace 26:21
6. Symphony no. 46, in B, II Poco Adagio 35:12
7. Symphony no. 46, in B, III Allegretto 40:59
8. Symphony no. 46, in B, IV Presto e scherzando 43:54
9. Symphony no. 48 in C, I Allegro "Maria Theresia" 48:13
10. Symphony no.48 in C, II Adagio "Maria Theresia" 54:29
11. Symphony no.48 in C, III Minuetto "Maria Theresia" 1:06:07
12. Symphony no.48 in C, IV Allegro "Maria Theresia" 1:11:16
13. Symphony no.49 in F minor, I Adagio "La Passione" 1:14:35
14. Symphony no.49 in F minor, II Adagio "La Passione" 1:22:50
15. Symphony no.49 in F minor, III Minuetto "La Passione" 1:28:00
16. Symphony no.49 in F Minor, IV Presto "La Passione" 1:32:26
17. String Quartet no.3, in C, Op. 76 I Allegro "Emperor " 1:35:57
18. String Quartet no.3, in C, Op. 76 II Poco adagio "Emperor "1:41:24
19. String Quartet no.3, in C, Op. 76 III Minuetto "Emperor "1:49:40
20. String Quartet no.3, in C, Op. 76 IV Finale "Emperor " 1:54:37
21. Minuetto I Trio 1:59:03
22. Minuetto II 2:00:56

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Buracos...



MLER IFE DADA >> Zuvi Zeva Novi



Em 2014, os Mler ife Dada regressam aos palcos nacionais para a celebração de 30 anos de existência. Na liderança mantêm-se Nuno Rebelo e Anabela Duarte, dupla que constituiu o seu principal núcleo criativo nos anos 1980. A banda produziu uma nova imagem para esta estreia de «Pintar Um Vai Vem 1984-2014» no CCB.
Anabela Duarte voz
Nuno Rebelo guitarras e arranjos
Francisco Rebelo baixo
Filipe Valentim teclados
Samuel Palitos bateria
Trio de Cordas e Trio de Metais

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Educação, Ciência e Economia (ou Um Ministro Pouco Sábio)


Artigo completo de Carlos Fiolhais AQUI.

«[...] O ministro da Economia pouco sabe de Educação e de Ciência. E, absorto como tem andado nos seus negócios (tanto das empresas como da política, os dois entre nós muito bem misturados), também sabe pouco da vida real. Se soubesse, saberia, por exemplo, o que recordou há semanas no Porto, numa conferência sobre Ciência, Economia e Crise, o físico espanhol Pedro Echenique. Em 1995, quando se discutia nos Estados Unidos uma diminuição do financiamento público à investigação científica, os CEO de 15 das principais empresas de base científico-tecnológica, como a IBM e a General Electric, subscreveram uma carta aberta pedindo o reforço da ciência fundamental. Queriam que o Congresso continuasse o apoio "a um vibrante programa de investigação universitária com visão de futuro".
Acontece que o futuro costuma chegar pela mão de cientistas inovadores, em geral muito longe da “economia real”. Não faltam exemplos. O laser foi inventado há mais de 50 anos, numa equipa de ciência fundamental (ora cá está: a óptica quântica!) que trabalhava nos Bell Labs. Na altura foi chamado uma descoberta à procura de aplicações. Hoje é o que se sabe: está por todo o lado, nos cabos ópticos, nos CD, nas cirurgias, no corte de materiais, nas luzes das discotecas e até nas caixas de supermercados, por onde passam os códigos de barras das cervejas. Com a orientação de Pires de Lima jamais teria havido lasers.

Existe, de facto, em Portugal um problema de ligação das empresas com a investigação. Mas ele não se resolve com a diminuição da investigação fundamental. Não se resolve com menos ciência, mas sim com mais ciência. Precisamos, em particular, que os gestores percebam o valor da ciência, tal como os seus congéneres norte-americanos, e invistam nela, apoiando os programas públicos de ensino avançado e pesquisa, e contratando, com o seu próprio dinheiro, doutores e pós-doutores. Não precisamos de economias na ciência, mas sim de pessoas na economia que apostem na ciência.»

Gisela João >> Vieste do Fim do Mundo

A Fadista Gisela João canta hoje na Casa da Música (Porto) 
e no sábado canta no Centro Cultural de Belém (Lisboa)


Letra e música - João Loio
Guitarra portuguesa - Ricardo Parreira
Viola - João Tiago
Baixo - Francisco Gaspar


Vieste do fim do mundo
num barco vagabundo
Vieste como quem
tinha que vir para contar
histórias e verdades
vontades e carinhos
promessas e mentiras de quem
de porto em porto amar se faz.

Vieste de repente
de olhar tão meigo e quente
bebeste a celebrar
a volta tua
tomaste'me em teus braços
em marinheiros laços
tocaste no meu corpo uma canção
que em vil magia me fez tua.

Subiste para o quarto
de andar tão mole e farto
de beijos e de rum
a noite ardeu
cobri-me em tatuagens
dissolvi-me em viagens
com pólvora e perdões tomaste
o meu navio que agora é teu.

Zero...




terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Mariza >> Oh Gente da Minha Terra



Thank you, Marie!


Marie Kubešová é uma jovem cientista que trabalha no Instituto de Física Nuclear da Academia das Ciências da República Checa, tendo-se especializado no domínio da análise por activação com neutrões [ver aqui e aqui].
Em Novembro escrevi-lhe: “I have discovered today your very interesting site on neutron activation analysis. In this respect, I admit that my site on neutron self-shielding may be useful for you.”
Resposta de Marie: “Thank you for your e-mail. In the near future I would like to add your web into the useful links (my web is still under construction).”
Registo agora, com satisfação, que a sua intenção foi concretizada há dias [ver aqui], o que dará maior divulgação à descoberta feita no Laboratório Nuclear de Sacavém.
Bem-Haja, Marie! Děkuji!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

"Rio Tejo, um pedaço de nós"

(nomes dos fotógrafos ordenados alfabeticamente)

José A. Cabaço


Salomão Fresco


Víctor Gago


Vítor Maia


"Lua Azul", de Victor Gago
 publicada na National Geographic


Aberração

Clicar para ampliar
Eusébio em movimento, em liberdade...

... versus Eusébio abafado e engaiolado.

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

A águia...

... está em 1.º lugar no fim da  1.ª volta.


Falácias e mentiras sobre pensões


A ideologia punitiva sobre os mais velhos prossegue entre um muro de indiferença, um biombo de manipulação, uma ausência de reflexão colectiva e uma tecnocracia gélida. Neste momento, comparo o fácies da ministra das Finanças a anunciar estes agravamentos e as lágrimas incontidas da ministra dos Assuntos Sociais do Governo Monti em Itália quando se viu forçada a anunciar cortes sociais. A política, mesmo que dolorosa, também precisa de ter uma perspectiva afectiva para os atingidos. 

José Cabaço, um fotógrafo chamusquense

O blogue “Corações da Chamusca” – http://coracoesdachamusca.blogspot.pt/ – continua, como é sua vocação, a enaltecer diversos valores da nossa região. Desta vez a homenagem traz a primeiro plano o rio Tejo como fonte de inspiração de amantes da fotografia (José Cabaço, José António Cabaço, Salomão Fresco, Vítor Gago e Vítor Maia). Por mais este trabalho, os meus parabéns a Carlos Oliveira, autor do blogue.

Porque conheci bem o José Cabaço, aproveito a oportunidade para pôr em destaque uma pessoa que, partindo do nada, se fez um fotógrafo de mão-cheia. Apreciem as fotografias (da sua autoria) que se seguem.