quinta-feira, 30 de maio de 2013

D. Quixote de la Mancha

El ingenioso hidalgo don Quijote de la Mancha 
adquirido em Espanha aquando de uma visita a Almaraz (1975).


terça-feira, 28 de maio de 2013

Mia Couto ganha Prémio Camões 2013

O vencedor do prémio literário mais importante da criação literária da língua portuguesa é o escritor moçambicano autor de livros como Raiz de OrvalhoTerra Sonâmbula A Confissão da Leoa . É o segundo autor de Moçambique a ser distinguido, depois de José Craveirinha em 1991.
O júri justificou a distinção tendo em conta a “vasta obra ficcional caracterizada pela inovação estilística e a profunda humanidade”, segundo disse à agência Lusa José Carlos Vasconcelos, um dos jurados.
Continuação da notícia aqui.

sábado, 25 de maio de 2013

Nazaré Santos, uma ilustre chamusquense

O texto que se segue foi escrito por Carlos Santos Oliveira no seu blogue Corações da Chamusca (ver aqui). É a introdução que precede uma entrevista que vale a pena ler para compreender por que a intitula Nazaré Santos, um coração sem fronteiras (ver aqui).

«Maria da Nazaré Gameiro Alves dos Santos nasceu na freguesia da Chamusca em 06/07/1940. Foi uma criança e uma jovem dedicada e envolvida socialmente. Formou um Grupo Coral, um Rancho Folclórico e deu aulas de música, sempre com o objectivo de ensinar e mobilizar pessoas para a intervenção cultural e social.
Sentiu-se na necessidade de deixar de estudar para cuidar da mãe que estava muito doente. Situação que duraria 10 anos. Mas após o falecimento daquela, com uma força de vontade e motivação extraordinárias, voltaria novamente a prosseguir os estudos e a desenvolver a vocação de ser enfermeira.
Frequentou a Escola Superior de Enfermagem de Santarém, cujo curso pagou com o seu trabalho na agricultura e fazendo malhas, e aos 42 anos viria finalmente a formar-se. No Centro de Saúde da Chamusca, onde foi colocada, para além de enfermeira, foi membro da Direcção e uma Amiga a tempo inteiro, que percorria todo o Concelho a prestar cuidados de saúde a quem deles carecia, sem receber dinheiro por qualquer hora extraordinária ou subsídios para as deslocações que fazia usando o seu próprio carro.
Alguns anos depois, aos 49 anos, percebeu que a sua dádiva podia ainda ser maior e dedicou-se à AMI (Assistência Médica Internacional). Fez 19 missões no estrangeiro. Esteve na Guiné, em Cabo Verde, em S. Tomé, em Angola, em Timor, no Ruanda e na Macedónia, no Kosovo.
Correu perigo de vida, encarou os olhos da morte, mas andou sempre pelo meio da violência, do caos, do desamparo e do sofrimento com o coração sangrando de humildade, de humanidade e de Amor.
Em África sofreu paludismo, febres várias e uma doença que a obrigou à reforma. Apesar do seu estado de saúde debilitado, em 2003, ainda foi uma das pessoas mais empenhadas no auxílio às populações atingidas pelo fogo que queimou casas e consumiu vidas no concelho da Chamusca.
Obteve tributos e distinções, o maior de todos o Prémio Mulher Activa 2002 no valor de 35.000€. Dinheiro que, ainda no próprio estúdio onde se realizou o programa de televisão e no qual foi agraciada, num gesto magnífico de altruísmo, de humanidade e de generosidade doou para os órfãos de Angola. Pois, como a mesma refere: “o dinheiro não era meu, pertencia a todos os pobres com quem trabalhei. Sem eles o prémio nunca me seria atribuído.”
No momento actual continua a intervir socialmente, ajudando algumas pessoas mais carenciadas da Chamusca, porque a sua vida só tem significado “como uma missão de ajuda ao próximo.”
Num mundo sem valores, onde o egoísmo, a ganância e o materialismo destroem a humanidade, são exemplos como o desta Mulher, que nos fazem reflectir sobre o porquê da nossa própria existência e se somos verdadeiramente humanos?
Nazaré Santos, com a sua humildade, dedicação, vocação profissional e riqueza sentimental, desbravou caminhos, estabeleceu pontes de progresso e de Amizade, ajudou a sarar feridas, a mitigar a dor, a fazer nascer as sementes da esperança. Com ela, o mundo órfão de Amor, encontrou uma Mãe fervorosa de paixão, que deu a sua vida para salvar a dos seus filhos.
Sinto por ela uma enorme admiração e em meu nome e no de tantos outras pessoas, apenas posso agradecer-lhe por ter tornado o nosso Mundo melhor.

Obrigado pela dádiva da sua Vida!»

quinta-feira, 23 de maio de 2013

Aquecimento global e alterações climáticas

Num artigo publicado recentemente na revista Environmental Research Letters, os autores concluem (com um grau de certeza de 97%) que o aquecimento global (e, portanto, as alterações climáticas e suas consequências) tem origem em actividades humanas, por exemplo em resultado da libertação de dióxido de carbono na produção de energia eléctrica utilizando combustíveis fósseis (ver aqui e aqui).

Esta conclusão está em consonância com a chamada curva de Keeling, um gráfico que representa a concentração de dióxido de carbono na atmosfera global ao longo do tempo (ver aqui e aqui).

As ondulações da curva correspondem a variações sazonais ao longo de cada ano

Num artigo do Público de 21 de Abril (ver aqui) lê-se o seguinte: «O desenvolvimento das energias renováveis disparou nas últimas décadas, os Governos fizeram planos de combate às alterações climáticas, mas o balanço é amargo. “A unidade média de energia produzida é hoje praticamente tãosujacomo há 20 anos”, reconheceu a directora executiva da Agência Internacional de Energia, Maria Van der Hoeven, na apresentação do relatório que mostra que o padrão energético do planeta não mudou, apesar “das muitas conversas dos líderes mundiais”.» (ver CO2 Emissions from Fuel Combustion – Highlights, 2012, aqui).

Em nenhuma das fontes citadas (tanto quanto pude observar) é relevado o interesse que haveria em debater a contribuição da energia nuclear – que não envolve a produção directa de dióxido de carbono – para a resolução do problema em causa. Isto acontece certamente por razões de natureza política. Oxalá não seja tarde demais quando os líderes mundiais, nas suas “muitas conversas”, acordarem para a necessidade de recuperar o tempo perdido.

domingo, 19 de maio de 2013

Uma rosa para o Hugo

Querido neto

Não sei se alguma vez te contámos em pormenor a história da rosa que guardamos na nossa sala em Lisboa. Julgo que não.


Hugo em Londres (Maio.2013)
Há precisamente 11 anos estávamos nós em casa dos amigos Rosa Maria e José Salgado, situada em Andreus (Sardoal, Ribatejo), a passar o fim-de-semana.
Era domingo de manhã.
Tu estavas para nascer, só não sabíamos quando.
Eis que a Rosa Maria chega de telefone em punho, entrega-o à avó e diz: “É de Bruxelas”.
Ansiedade, algumas lágrimas de emoção… logo seguidas de sorrisos de alegria.
Tu tinhas nascido!
Beijinhos e abraços de parabéns entre nós.
Passados uns momentos, a Rosa Maria veio gentilmente oferecer à avó uma rosa, a única que havia no jardim…
A avó guardou-a.
A rosa envelheceu, mas não perdeu o encanto, e muito menos o seu significado.
 Agora que já és pré-adolescente – como tiveste o cuidado de lembrar à avó em telefonema recente – é porventura chegado o momento de te dizer que os afectos são importantes e contam muito na vida...
… e que gostamos muito de ti – tal como gostamos da tua irmã Inês, e dos teus primos João e Bruno.
Querido Hugo: Parabéns pelo teu aniversário!
Desejamos que passes bem o teu dia de anos!
Um grande abraço
dos avós Piedade e Eduardo

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Ponham um pano preto à janela!

Com as decisões que o conselho de ministros tem tomado e se prepara para tomar, de que a retroactividade do corte das pensões é apenas um exemplo, parece evidente que não se pode confiar no actual governo de Portugal.
A maior parte dos comentaristas entende que o governo não cairá por si, nem acredita que o presidente da República o venha a demitir.
Até quando poderá o cidadão comum suportar o clima de desesperança? 
Que poderão os portugueses fazer para manifestar o seu repúdio pelo que está a acontecer?
Uma senhora formulou hoje de manhã uma ideia simples na Antena Aberta (programa de António Jorge na Antena 1): Ponham um pano preto à janela!
Estando o País como está, a sugestão parece apropriada.

E se os velhos partissem montras?

«[...] A indignidade estigmatizadora de pessoas atinge um patamar de vómito quando se pondera a criação de um imposto especial sobre quem já viveu mais anos e que já cumpre há mais tempo as suas obrigações para com a sociedade, desempenhou funções profissionais e agora vive o período da sua vida em que é suposto auferir as pensões que acumulou ao longo da sua vida profissional. Só que na mesma linha do seu companheiro de partido, o deputado Carlos Peixoto, o primeiro-ministro investe contra a “peste grisalha”, fala dos reformados como de velhos que pesam na sociedade. Como se achasse que as pessoas mais velhas têm de ser punidas por estar vivas, por ainda não terem morrido e usufruírem de dinheiro que acumularam.
[...] Mas o objectivo de Passos [Coelho] não passa pelas eleições. É, sim, desfazer o modelo económico-social e sabe que isso só resulta se for rápido. Assim, carrega onde é fácil carregar, até porque é suposto que os velhos não partam montras.»


in PÚBLICO, 11.Maio.2013 (p.41)
E se os velhos partissem montras?
São José de Almeida

Ascensão na Chamusca 4 -- O "fotógrafo" estava lá...


 Tronco carcomido de árvore frondosa.

Coreto engalanado por árvores floridas. 

 Mercado municipal com torre da Igreja Matriz ao fundo.

 Chafariz e bebedouro, e respectivo painel de azulejos.

 D. Vitalina Casimiro: "Eu sei muito bem quem o senhor é
Leio os seus artigos... Trabalhei com o seu pai na Spalil, 
e a sua mãe fazia uns bolinhos secos muito bons." 

Por fim, pude apreciar um belo pôr-do-Sol no meu terraço.
Vitória, vitória... acabou-se a história da Ascensão na Chamusca.

domingo, 12 de maio de 2013

Ascensão na Chamusca 3 -- Taverna do Areal

Almoçámos todos os dias na Taverna do Areal, 
restaurante típico que fica perto de nossa casa.

A localização do restaurante está indicada junto a uma árvore lindíssima.

Entrada da Taverna do Areal...

... e uma vista parcial do interior.

A dona do restaurante, a simpática Ana, e o seu filho.

Ascensão na Chamusca 2 -- Entrada de toiros

A entrada de toiros na 5.ª feira de Ascensão é uma tradição chamusquense.

 Esta é a T-shirt do Bernardo Salgado Emídio...

As ruas transversais são fechadas com máquinas agrícolas.
A senhora virá mais tarde, que a entrada estava atrasada. 

 A guarda de honra junto ao curro improvisado,
com os campinos de um lado e os cavaleiros do outro.

 Estes são os campinos que aguardavam a largada dos toiros.

Aí vêm eles! 

Aí vão eles... rua principal acima em direcção à praça de toiros. 

Campinos controlando a retaguarda... 

... seguidos pelo cortejo de cavaleiros.

sábado, 11 de maio de 2013

Ascensão na Chamusca 1 -- A espiga

 A manhã de 5.ª feira surgiu com uma chuva miudinha, 
nada propícia para ir apanhar a espiga ao campo.

 Uma senhora vinda da Golegã resolveu o problema a troco de 2 euros...

 ... e fomos exibir a espiga para o Parque Municipal...

... antes de a colocar atrás do portão, como manda a tradiçao.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Vou apanhar a espiga ao Ribatejo

Na Chamusca apanha-se a espiga pela Ascensão. 
É para lá que vou hoje. Espero ter o meu quinhão.


Foto retirada daqui.

segunda-feira, 6 de maio de 2013

O calculador de bolso na escola

Como este tema volta agora a dar que falar, parece fazer sentido repescar um meu artigo publicado na revista Chamusca Ilustrada em Agosto de 1980.

É quase certo que em muitas escolas primárias continua, e continuará, a ouvir-se a lengalenga da petizada, qual coro afinado: dois vezes um, dois; dois vezes dois, quatro; dois vezes três, seis... Trata-se de uma forma de memorizar a tabuada – nomeadamente a da multiplicação, que é a base do cálculo – a que estamos ainda muito arreigados. Outras formas há modernamente mais atraentes para os alu­nos, em particular quando envolvem a exploração de noções mais ou menos intuitivas e/ou fazem ape­lo a métodos audiovisuais. E no futuro como será? Que novos utensílios poderão ser empregados em com­plemento do ensino? Um, pelo menos, se perfila no horizonte.

É sabido que muitos alunos, mesmo a nível do ensino primário, começam a ter acesso a pequenas máquinas de calcular – os chamados calculadores de bolso – que eles manipulam com inegável satis­fação. A utilização generalizada das pequenas máquinas de calcular, que têm vindo a infiltrar-se de forma crescente desde 1972 nas escolas, nos liceus, na universidade, na vida quotidiana de pessoas com actividades extremamente diferenciadas, levanta um problema pedagógico, mas não só, de grande interesse e actualidade.

Que papel estará reservado aos calculadores de bolso no âmbito do ensino, nomeadamente no ensi­no da matemática? Deve-se deixar ou não que os alunos se sirvam de calculadores de bolso? No caso afirmativo, a partir de que nível? Provavelmente, como advogam alguns especialistas, a partir da altura em que as bases fundamentais do cálculo estejam inequivocamente assimiladas.

Fixado esse nível, e a ser introduzido o calculador de bolso na escola, quem o pagaria? A escola ou os pais dos alunos? Decerto a escola, porque, no caso contrário, o calculador de bolso constituiria mais um instrumento de discriminação social, já que os alunos com mais haveres ficariam beneficiados.

Como se entrevê, o problema é de índole pedagógica, mas também envolve aspectos de natureza económica. É certamente por esta razão que, oficialmente, os calculadores de bolso continuam a ser “ignorados”, mesmo em níveis de ensino onde seguramente não haveria motivos pedagógicos válidos que se opusessem à sua adopção. Um exemplo: no cabeçalho de certos pontos de exame do Ano Pro­pedêutico de 1978/79, entre várias recomendações, podia ler-se: “Não é permitida a utilização de má­quinas de calcular”. Este ano não se explicitava a proibição, mas ela mantinha-se... Ora, ao nível do Ano Propedêutico, que dá acesso ao ensino superior, não se duvida que os alunos adquiriram já as noções básicas do cálculo! E cai-se nesta situação: em casa ou nas escolas não-oficiais onde se prepa­ram para estes exames, os alunos podem utilizar, e utilizam, os calculadores de bolso na resolução de exercícios, o que lhes facilita grandemente a tarefa na medida em que os alivia de cálculos fastidiosos e, simultaneamente, lhes permite consagrar mais tempo ao essencial, que é o raciocínio; entretanto, nos exames isso está-lhes vedado, e nem sempre os professores que preparam os pontos têm o cuidado de, sem prejuízo da finalidade das provas, conceber problemas que não façam consumir demasiado tempo em operações matemáticas cansativas. 

É esta, pois, uma questão em aberto, que rapidamente virá a ganhar maior acuidade no futuro imediato, por razões que facilmente se adivinham. A nível universitário, a maior parte dos professores não se opõe à utilização das máquinas de calcular – neste caso, pertença dos alunos – antes a incentiva. Os calculadores de bolso, programáveis ou não, tal como os computadores, fazem já parte do nosso dia-a-dia, portanto é recomendável que os jovens aprendam a utilizá-los o mais cedo possível. Há apenas que definir o limiar, o ponto de partida.

Em vários países, como os Estados Unidos, a França e a Suécia, a maioria dos professores de matemática é favorável à introdução dos calculadores de bolso em turmas dos anos terminais do ensino secundário. Em Portugal, isso poderia verificar-se eventualmente a partir do actual 10.º ano de escolaridade. É um facto que a questão é relativamente complexa nas suas implicações, que carece de estudo, mas urge iniciá-lo. Não se poderá, por muito mais tempo, “passar ao lado” de uma realidade marcante da época em que vivemos.

sábado, 4 de maio de 2013

Pior do que há dois anos...


«[…] Há dois anos, o ministro das Finanças de Sócrates, para impor o resgate externo, mandou o recado para os jornais de que não havia dinheiro para salários e pensões. Esta semana, o primeiro-ministro, Passos Coelho, veio dizer o mesmo: ou prosseguimos as políticas que ele propõe, ou não há dinheiro para salários e pensões. Descontando o elemento chantagista do argumento, que é igual há dois anos e hoje, o que podemos concluir é que nada foi adquirido e que estamos na mesma, vivemos a um mês de não ter dinheiro para salários e pensões.

Se se aceita a veracidade do argumento, a pergunta a fazer é que significado teve o sacrifício dos portugueses nestes dois anos, em que cada pacote de austeridade foi sempre apresentado como último, para ser logo a seguir anunciado um novo, quando o Governo não conseguia os resultados que pretendia com o anterior. Em finais de 2011, Passos Coelho, quando questionado sobre se bastava o corte de meio subsídio de Natal, respondeu que sim. Logo a seguir, quando do anúncio do fim dos subsídios de Natal e de férias, quando questionado sobre se era suficiente, respondeu que sim. Em 2012, quando subiram os impostos, questionado sobre se chegava, Passos Coelho respondeu que sim. Em 2012, quando anunciada a subida da TSU, questionado sobre se essa medida seria eficaz, Passos Coelho respondeu que sim. Em 2012, quando se anunciou o “enorme aumento de impostos”, que seria apenas para 2013, Passos Coelho garantiu que sim. Em 2012 e 2013, quando começou a falar da “refundação do Estado” e dos quatro mil milhões, questionado sobre se isso resolvia o problema de adequar o financiamento do Estado aos recursos que os “portugueses estariam dispostos a pagar”, Passos Coelho respondeu que sim, esta reforma era “estrutural” e por isso fechava o “problema”.

A cada pacote de austeridade foi sempre pedido mais do que no pacote anterior e todas as medidas estão a ser cumulativas, e as que eram provisórias para 2011, 2012, ou 2013 continuam em aplicação para 2014, 2015, 2016, 2017, e algumas o ministro das Finanças aponta para 2020-2030. De medidas destinadas a resolver a situação de emergência de 2011-2014, passaram a medidas para uma geração ou duas. Qualquer pessoa que tenha uma mínima ideia do que é uma democracia percebe que isto é errado, ilusório, mágico, milagroso, ou melhor ainda, um completo disparate. […]»

José Pacheco Pereira
Pior do que há dois anos – primeiro acto
PÚBLICO, 04.Maio.2013 (p.52)

Pedir um termo de responsabilidade às crianças?!


As escolas estão a receber orientações para obrigar os alunos do 4.º ano a assinarem um "termo de responsabilidade" onde se comprometem a não utilizar telemóveis nos exames.

O MEC explicou que a declaração está prevista nas normas de realização dos exames do ensino básico, e quem for detectado com um telemóvel, terá a prova anulada pelo director da escola, o que poderá ditar a retenção do aluno nesse ano de escolaridade. 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

25 de Abril sempre

Clicar para ampliar

«No passado dia 24 de Abril os alunos da Escola Básica e as crianças do Pré-Escolar do Vimeiro comemoraram a Revolução dos Cravos, no Centro de Interpretação da Batalha do Vimeiro.

Os alunos puderam ver um PowerPoint realizado pela educadora Helena Martinho, que nos honrou com uma contextualização da revolução, assim como o seu testemunho, dado que, em 1974, tinha 10 anos e lembra-se da agitação do memorável dia.

Os alunos também viram uma curta-metragem, filmada durante a Revolução dos Cravos. Conheceram Zeca Afonso, a partir das suas músicas, as quais foram usadas como senhas na revolução.

Tivemos a sorte de os avós da Salomé, criança do Pré-Escolar, terem vindo dar o seu testemunho, pois estavam a morar em Lisboa na altura e, contrariamente às ordens dadas pelos militares naquele dia, saíram à rua e também os seus corações batiam pela ansiada liberdade.

No final das atividades, a Junta de Freguesia presenteou a todos com uns belos cravos vermelhos.

A frase “25 de abril sempre" foi gritada pelos alunos aos quatro ventos, desde o Centro de Interpretação até à Escola. Um dia inesquecível.»

Filipa Alexandre
http://moodle.aedlv.org/ (01.Maio.2013)

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Ai Silvina, ai Silvininha

Ai Silvina, Silvininha 
é um inédito de Alain Oulman
com poema de António Gedeão
cantado por Camané - “O Melhor / 1995-2013”




Lindos olhos tem Silvina,
lindas mãos Silvina tem,
e a cintura de Silvina
é fina como o azevém.
Em Silvina tudo exala
um cheiro de coisa fina,
mas o que a nada se iguala
é a fala de Silvina.

A doce voz de Silvina
é como um colchão de penas,
é um fio de glicerina,
um vapor de águas serenas.

Porque não cantas, Silvina?
Se a tua voz é tão doce
talvez cantada que fosse
mais doce que a glicerina.
Porque não cantas, Silvina?

― Não me apetece cantar
e muito menos para ti.
Eu sou nova, tu és velho,
já não és homem para mim.

― Não me tentes, Silvininha,
que eu já não te olho a direito.
Sou como um ladrão escondido
na azinhaga do teu peito.

― A azinhaga do meu peito
corre entre duas colinas.
O ladrão do meu amor
tem pé leve e pernas finas.

― Canta, canta, Silvininha,
uma canção só para mim.
Dar-te-ei um lençol de estrelas,
uma enxerga de alecrim.

― Deixa o teu corpo estendido
à terra que o há-de comer.
A tua cama é de pinho,
teus lençóis de entristecer.


― Canta, canta, Silvininha,
como se fosse para mim.
Dar-te-ei um escorpião de oiro
com um aguilhão de marfim.

― Não quero o teu escorpião,
nem de ouro nem de prata.
Quero o meu amor trigueiro
que é firme e não se desata.


― Pois não cantes, Silvininha,
se é essa a tua vontade.
Canto eu, mesmo assim velho,
que o cantar não tem idade.

Hás-de tu ser morta e fria,
cem anos se passarão,
já de ti ninguém se lembra
nem de quem te pôs a mão.

Mas sempre há-de haver quem cante
os versos desta canção:
Ai Silvina, ai Silvininha,
Amor do meu coração.

António Gedeão         
Máquina de fogo / 1961

quarta-feira, 1 de maio de 2013

1.º de Maio (manhã) -- Passeio no meu Bairro

 Alameda D. Afonso Henriques (Lisboa), com Fonte Luminosa ao fundo

 Corrida do 1.º de Maio, Av. Almirante Reis acima

 Tasquinhas e petiscos

 Parque infantil, com torres do IST ao fundo

 Convívio e venda de produtos regionais

Regresso a casa

Dia do Trabalhador