quinta-feira, 12 de maio de 2016

Là-bas on se mélange!

José Vítor Malheiros
[...] A actual discussão teve um mérito. Provou uma das razões por que o Estado deve manter uma rede escolar pública, onde se ministra um ensino que não segue “quaisquer directrizes filosóficas, estéticas, políticas, ideológicas ou religiosas” que não sejam o primado dos direitos humanos e da lei, em vez de, por exemplo, subcontratar escolas privadas para o fazer. É que as escolas privadas, que têm todo o direito de ser ideológicas ou confessionais, para além da selecção de alunos que praticam têm uma enorme dificuldade em manter a neutralidade que se exige à República. E isso viu-se neste confronto, onde não só pais mas também directores e professores das escolas privadas instrumentalizaram os alunos menores em defesa das suas posições ideológicas e dos seus interesses privados, numa demonstração rara de falta de escrúpulos.

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